sexta-feira, 28 de março de 2025

SERTANIAS E TAIPAS


Sabe-se que a casa de taipa é um método construtivo que utiliza barro, terra ou argila como material principal para a construção das paredes das casasEssa antiga técnica, todavia tem sido utilizada há séculos em diferentes regiões do mundo, inclusive no Brasil, principalmente na região nordeste. Sabendo disso, esse ensaio experimental revela a intensidade cromática sobre uma peça de taipa ornamental. No qual a mesma imagem e ângulo se mostra em duas perspectivas cromáticas. Assim, ficaram as composições imagéticas:


Frontal, evidenciando as formas geométricas quadradas e retangulares.



O pilão é um utensílio culinário essencial na cozinha africana, com as mesmas funções de um almofariz, ou seja, para moer alimentos, mas de tamanho muito maior. Esse objeto é um componente essencial na cultura ruralista brasileira.




Fechadura. em diversas perspectivas.

Texto e fotos:
Fábio Fernandes
 

 

LIVROS SOBRE A HISTORIA DA ARTE NO BRASIL

Venho sugerir alguns títulos literários referentes ao ensino de arte no Brasil,  segue a lista:

Obra fundamental para o conhecimento do Movimento da Arte Moderna no Brasil. Um dos momentos mais criativos da cultura brasileira, o livro apresenta de forma completa a constituição e desenvolvimento nas artes visuais (1900-1950), de forma completa apresenta os detalhes da Semana de Arte Moderna de 1922 e seus desdobramentos em todo o Brasil. concilia a análise de poéticas individuais com o significado que estas irão adquirir no processo histórico artístico brasileiro. A autora Icléia Cattani apresenta com desenvoltura um texto claro e enxuto, possível de ser compreendido por todos os níveis do ensino e conhecimento.


Os estudos sobre cultura brasileira têm adentrado, cada vez mais, as salas de aula, tanto na educação superior quanto nos ensinos fundamental e médio. No entanto, quando o enfoque são as chamadas culturas populares, ainda faltam subsídios bibliográficos e teóricos de caráter didático. As culturas regionais, as relações entre erudito e popular, tradicional e moderno, assim como o universo de criação artística, a religiosidade e os ofícios fazem parte do caldeirão fervilhante dos debates contemporâneos sobre o Brasil. Nesta obra, os autores conduzem uma análise introdutória, de caráter histórico e antropológico, das culturas populares no Brasil. Dessa forma, são destacadas a importância e a riqueza dos saberes, fazeres e das celebrações das diferentes classes populares, que, historicamente, atraem a atenção de intelectuais de todo o mundo e são, há muito, um tema instigante e encantador de estudos.


A reedição deste livro é um convite à imaginação dos Arte-Educadores brasileiros, instigando sua curiosidade para conhecer melhor um autor cuja obra se eleva acima do tempo. A contribuição de Dewey permanece maior que suas sucessivas interpretações, resiste ao movimento intelectual que ora o esquece, ora o traz novamente à luz, como vem acontecendo nos dias de hoje. A cada nova investida se percebe que muito do que ele disse há tanto tempo é uma antevisão de questões cruciais do presente, como é o caso da palestra descoberta por Ana Mae nos arquivos de Arte-Educação da Miami University, dirigida a professores de Arte e trabalhos industriais e incluída nesta edição. É um belo exemplo da visão de Dewey sobre a importância da Arte no desenvolvimento humano.


O livro de Ana Mae Barbosa, Arte-Educação no Brasil, chega agora a sua 6ª edição, confirmando, já à luz de sua acolhida, a importância da contribuição desse estudo para a reflexão acerca do ensino de arte na escola nova brasileira e das profundas transformações que sua didática vem sofrendo nos últimos anos. Pois o exame nele desenvolvido aborda com notável pertinência as ideias e os propósitos dominantes na educação pela arte no Brasil, no segmento de tempo que formou as bases de apreensão atual da pedagogia artística, em função da qual se pode avaliar a adequação dos métodos utilizados, a natureza dos objetivos propostos, e inferir o caminho a ser seguido no seu aperfeiçoamento e renovação.


O Livro tem foco e objetivo de comemorar mais de três décadas do ConFAEB, registrar as ações históricas e políticas que marcaram o desenvolvimento do componente curricular Arte na educação básica e ensino superior. Inspirar, instigar, mover e motivar a luta pela Arte/Educação no Brasil fazem parte das ações da FAEB (gestão 2019-2021).


Esse estudo versa sobre o ensino intercultural das artes visuais na escola e é constituído por dois eixos principais: a multiculturalidade no Brasil e a estética feminina do cotidiano. Discute tendências contemporâneas internacionais sobre educação intercultural e sobre o ensino das artes visuais. A estética do cotidiano é abordada por meio do conceito de "fazer especial" desenvolvido por Dissanayake e de "valor estético" desenvolvido por Rader e Jessup. Para trabalhar com a estética do cotidiano no ensino das artes visuais foi necessário ampliar o conceito de arte usualmente utilizado na escola para um sentido mais amplo de experiência estética, incluindo, dessa forma, as chamadas "artes menores".
O trabalho envolveu uma pesquisa de campo sobre a estética feminina do cotidiano nas famílias de alunas(os) de uma escola municipal de ensino básico da cidade de Santa Maria, RS, e uma experiência de educação intercultural no ensino das artes visuais, nessa escola, envolvendo gênero e etnia e fundada no cotidiano.












15 filmes potiguares para assistir online

por Diana Coelho

Coletivo Foque

Embora listas sempre me pareçam insuficientes, compreendo que também servem para visibilizar produções que, muitas vezes, permanecem desconhecidas pela maior parte da população norte rio-grandense.

Assim, decidi reunir 15 curtas e médias metragens potiguares lançados na última década que estão disponíveis online, e ainda 3 webséries. Há inúmeras obras que poderia indicar, mas muitas ainda não estão disponíveis na rede.

Obviamente, trata-se aqui de uma listagem pessoal. Incentivo vocês a deixarem outras indicações nos comentários ou compartilharem suas próprias relações.

1. A Parteira (2019), de Catarina Doolan Fernandes

A Parteira é um documentário protagonizado por Ana Maria Valcácio, mais conhecida como Donana, parteira tradicional de São Gonçalo do Amarante. Com sua sabedoria e espontaneidade, Donana tem cativado o público e a obra tem emplacado inúmeras premiações.

https://www.youtube.com/watch?v=I8Q7skbRjco&feature=emb_logo

2. Verde Limão (2018), de Henrique Arruda

Desde seu filme de estreia, “Ainda Não Lhe Fiz Uma Canção de Amor” (2015), Henrique Arruda tem produzido curtas-metragens interessantíssimos, em sua maioria com personagens LGBT. Em “Verde Limão”, uma veterana Drag Queen, prestes a entrar no palco pela última vez, revisita todas as cicatrizes que formam o seu carnaval.

3. Nada Foi em Vão (2018), de Sihan Félix

O documentário tem como protagonistas os cativantes pais do realizador, que descreve o filme como uma fábula sobre o maior sentimento que pode unir duas pessoas.

4. Vida Vaza (2016), de Carito Cavalcanti

Carito é um dos realizadores mais profícuos que conheço, então é difícil destacar apenas uma de suas obras. Em “Vida Vaza”, ele reúne artistas que refletem as dores da sociedade contemporânea, com participação especial da historiadora Leilane Assunção. Seus filmes estão disponíveis no canal da Praieira Filmes.

(Recomendo ainda “Noturnos” (2012), dele e de Joca Soares!)

5. Pedro (2015), de Pedro Borges

Narrado em primeira pessoa, o documentário é protagonizado por Pedro, homem trans que reflete sobre sua história e percepções acerca de si.

https://vimeo.com/149174832

6. Se Essa Rua, Se Essa Rua (2015), de Paula Vanina Cencig

Além de participar como atriz e diretora de arte de produções locais, Paula Vanina é também animadora. Em “Se Essa Rua Se Essa Rua”, a realizadora aborda de maneira poética questões relacionadas a mobilidade urbana.

7. O Menino e a Caixa Misteriosa (2015), de Leonardo Maximiliano e Andrieli Torres

Uma das produções do Nós do Audiovisual, coletivo audiovisual de São Miguel do Gostoso (RN). Neste filme, a chegada de uma caixa misteriosa atrai a atenção de Luiz e de todos da vizinhança.

https://www.youtube.com/watch?list=PLE_Jkb-AEBVhu9wOmzaHpmn3b2KEW21AU&v=xnamhqIDLMI&feature=emb_logo

8. RapPresenta (2015), de Wallace Yuri e Luara Schamó

Documentário produzido durante o Festival Rap presenta, que reúne Mc’s e bandas dialogam sobre desafios, conquistas e expectativas dentro da cena do Hip Hop Potiguar.

9. Ubuntu — A África em Natal (2015), de Herison Pedro

“Ubuntu: a África em Natal” narra a trajetória de estudantes africanos que buscam qualificação profissional e melhor qualidade no ensino superior.

10. Sêo Inácio ou o Cinema do Imaginário (2014), de Hélio Ronyvon

Curta-metragem bastante conhecido e premiado, o documentário conta um pouco da vida do cinéfilo potiguar Inácio Magalhães de Sena, que já assistiu a mais de 20 mil filmes e alia sua sabedoria a uma vivacidade intensa.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=8&v=2k0hiiaqH-8&feature=emb_logo

11. Sailor (2014), de Victor Ciriaco

Pedro está diante de uma relação nunca vivenciada. Johnny veio de longe e segue o ciclo de sua vida. “Sailor” é o primeiro curta de ficção de Victor Ciriaco, que também assina “Abraço de Maré” (2013) e “No Fim de Tudo” (2016), este último atualmente licenciado para o Canal Brasil.

12. O (Impreciso) Mar que nos Move (2014), de Alexandre Santos, Dênia Cruz, Fernanda Gurgel, Rômulo Sckaff

O documentário traz entrevistas de cineastas independentes deixando o acaso e a metalinguagem moldarem a reflexão sobre as dificuldades em fazer um filme de baixo-orçamento, abordando também o futuro do cinema no mundo. Obra coletiva produzida durante participação no Festival Off Plus Camera 2013, na Cracóvia-Polônia.

(não consegui o link do vídeo!)

13. Janaina Colorida Feito o Céu (2014), de Babi Baracho

Um dia na vida da protagonista que, apesar de não saber seu nome, mantém uma serenidade arrebatadora diante da condição em que se encontra e das situações de risco que se coloca.

14. Três Vezes Maria (2014), de Marcia Lohss

Inicialmente concebida como piloto de uma série, “Três Vezes Maria” é a obra de estreia do Coletivo Caboré Audiovisual. O curta-metragem é protagonizado por Dorinha, Cida e Paloma, que vivem e trabalham num cabaré em Santo Antônio do Salto da Onça.

15. Estrondo (2013), de Ygor Felipe

Estrondo é um documentário que traz depoimentos de moradores de Ponta Negra, narrando acontecimentos que marcaram a história de uma das praias mais populares da cidade de Natal.

Filme bônus

O Menino do Dente de Ouro (2014), de Rodrigo Sena

“O Menino do Dente de Ouro” circulou em diversos festivais de audiovisual e é um dos mais solicitados no acervo da Cinemateca Potiguar. O filme ainda não está disponível online, mas será exibido no dia 28 de abril, às 21h05, no Cine Brasil TV.

Webséries

SEPTO (1ª, 2ª e 3ª temporadas)

Uma das produções potiguares mais conhecidas, SEPTO é uma websérie com temática LGBT que atualmente está em sua terceira temporada. Após conhecer Lua, Jéssica, uma triatleta de carreira promissora passa a repensar os rumos de sua vida. Aproveita para maratonar neste link:

Dalton/Hebe

Produzido pela Casa da Praia Filmes, o título da websérie faz referência ao seriado “Downton Abbey”. Na versão potiguar, Hebe e Dalton trocam seus Tinders para que um ache pro outro o par ideal, gerando uma discussão que os faz pensar sobre vida, família, amizade e romance.

Estações

Produzida pela Buraco Filmes, coletivo atuante em Mossoró (RN), a websérie foca no público jovem, ao abordar os conflitos de universitários em uma Faculdade de Artes, envolvendo questões como sexualidade, drogas, relacionamentos amorosos e familiares. Recomendada para amantes de Sandy & Jr.

Para quem ficou interessado em conhecer mais, recomendo acompanhar o calendário de festivais e eventos de audiovisual que acontecem no Estado, e fazer uma visita a Cinemateca Potiguar, localizada no IFRN Cidade Alta, que tem um acervo de mais de 300 obras potiguares.



quinta-feira, 27 de março de 2025

Alzira mulher, vira filme e entra na galeria de obras cinematográficas do audiovisual potiguar

O cinema potiguar no cenário atual tem expandido suas produções e consequentemente ganhado muita notoriedade no meio artístico no ramo do  audiovisual. dentre as inúmeras produções, uma que se apresenta como produção independente de relevância é  o filme Alzira Mulher, uma obra cinematográfica que reflete as memorias de Alzira Soriano, a primeira mulher eleita prefeita de toda américa latina. A história tem como objetivo central a presentar uma jovem moça do interior potiguar que recebe influencias políticas, enfrenta uma sociedade machista da década de 20 e se consagra como a primeira prefeita da américa latina.

O Coronel Miguel Teixeira, sempre incentivou Alzira a seguira na carreira politica. Ele vai ser sua maior influencia.

As locações e ambientações do filme foram gravadas em Lajes, Fernando Pedroza e em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte.

Alzira é uma jovem moça que reside na fazenda primavera, no pequeno povoado de Jardim de Angicos. Ela sempre recebeu influencias do seu pai, o coronel Miguel Teixeira, que constantemente a incentivava a prosseguir ajudando na sua carreira política, mesmo sabendo que na década de 1920, mulheres não tinham direito a votar muito menos concorrer a cargos eletivos. Mesmo assim, enfrentando o modelo patriarcal, ela consegue suportar alguns conflitos pessoais, sendo reconhecida pela sua postura de liderança, o que desperta na ativista feminista Bertha Lutz e no senador Juvenal Lamartine a incentivarem a moça a concorrer uma vaga à prefeitura de Lajes/RN. Esse ato de empoderamento, contribui para que Alzira quebre o paradigma social, ao se tornar a primeira prefeita eleita democraticamente de toda américa latina. 

Juvenal Lamartine recebe a visita de Bertha Lutz no palácio do Governo pra tratar sobre a candidatura de Alzira. 

Na década de 1920, em meio a uma sociedade altamente patriarcal e conservadora, Alzira Soriano ganha visibilidade ao se tornar a primeira prefeita da américa latina. 

A historia de Alzira cita também, a força e a lida do homem sertanejo. Esse laço com a raiz do homem forte da caatinga é nítido em meio ao texto.  

TEASER

@juventudeteatrallajense

Alzira Mulher, a trajetória da primeira prefeita é um filme totalmente potiguar, contemplado pela Lei Complementar nº 195/2023 Paulo Gustavo de fomento a cultura/RN, com texto e  direção de Fábio Fernandes, direção de arte e fotografia de Everton Fernandez e a coprodução de Vienio Leonardo além da atuação brilhante do grupo Juventude Teatral Lajense. 


Elenco:

Ana Beatriz
Maria Isabeli
João Heitor
Fábio Fernandes
Ericlecia Marques
Rubens Adriano
Wallace Mauricio
Natã Pedro
Giovana
Carlos Emanuel
Ingryd Santos
João Helio
Clara Moreira
Marlos
Tacio Lourenço
Sabrina
Thiago Paiva
Alice Palhares
Vienio Leonardo

Staff
Everton Fernandes
Vienio Leonardo
Natã Pedro
Pedro Pegado
Clara Moreira
Washington Potiguar

Narração teaser 03
Rayane Karla

Direção geral
Fabio Fernandes

🎥 STUDIO DOM CIATIVO 📽

quarta-feira, 19 de março de 2025

COR



Podemos afirmar que a cor pode ser definida como  uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina , que transmitem através de informação diretamente ao nervo óptico, gerando assim varias impressões para o sistema nervoso.



O esquema em destaque mostra como esse processo ocorre de fato.


A ciência que estuda a medida das cores é chamada de calorimetria. Esses estudos são capazes de desenvolver métodos de quantificação da cor e estuda o tom, a saturação e a intensidade que a cor apresenta. Desse modo podemos perceber que o elemento cor pode ser melhor definido a partir dessas qualificações a ela atribuídas. O tom da cor é que faz com que ela seja identificada como azul, verde, amarela por exemplo. A saturação indica se a cor é visível de forma natural ou pigmentada artificialmente e por ultimo, a intensidade caracteriza a força da cor. A arte sobretudo, necessita entender de fato essas qualidades para assim ser utilizadas em seus processos criativos, não somente no campo das artes visuais, mas também nas demais modalidades artísticas como na fotografia, na luz cênica, na luz cinematográfica entre outras. 



A luz no teatro é importante para complementar a composição cênica, uma vez que essa composição visual ajuda a criar a ambientação do espetáculo.

Desde criança, aprendemos na escola que as cores são divididas em primárias, secundárias, terciárias e neutras. Mas como de fato entender essas subdivisões, visto que na natureza existem milhares de tonalidades de cores, assim como milhares de notas musicais, que são condensadas em sete notas básicas, desse modo notamos que sua divisão resulta em cores de naturezas primarias, secundarias e terciárias da seguinte forma:

 



As cores primárias são: vermelho, amarelo e azul. Estas são consideradas as primeiras cores, pois não é necessário haver junção de nenhuma outra para que elas sejam concebidas. O vermelho é uma cor quente que mostra vitalidade, geralmente utilizada para simbolizar cenas fortes, impactantes que ligam a paixão. O amarelo por ser uma cor suave e alegre que simboliza a vitalidade e otimismo e o azul é a cor que remete a concentração, geralmente representando coisas calmas, frias e tranquilidade.



As cores secundárias são formadas pela mistura de duas cores primárias. As cores secundárias são: verde, roxo e laranja. O azul misturado com o amarelo origina o verde. O azul misturado com o vermelho origina o roxo, e o vermelho misturado com o amarelo origina o laranja.



Já as cores terciárias resultam da mistura de uma cor primária com uma ou duas cores secundárias. São todas as outras cores, como o marrom, que é a mistura de amarelo ou vermelho com preto.

Entretanto, as cores consideradas neutras são usadas para complementar uma cor desejada, sendo que as cores neutras têm pouco reflexo. Entre as cores neutras podemos citar o branco, o cinza e o marrom. O branco é luz isenta de cor, o preto é a ausência de cor e os tons cinza são a mistura do branco com o preto.


 A tabela em destaque mostra algumas configurações de tabelas cromáticas.


terça-feira, 18 de março de 2025

BELO E GROTESCO

Qualificar algo como bonito ou feio é extremamente complexo. Porém, existem certas características que fazem nosso cérebro, à primeira vista, qualificá-lo como tal.

Filósofos e artistas, ao longo dos tempos, se preocuparam em definir a beleza. É por isso que existem inúmeras teorias estéticas e histórias da arte. O mesmo não aconteceu com a feiura. Neste assunto, os teóricos têm sido bastante moderados e as pessoas parecem se conformar com a ideia simples de que o feio é o oposto do belo.

Aceitar que a feiura é relativa e depende dos tempos e das culturas. O que era inaceitável ontem pode se tornar aceitável amanhã, o que antes era considerado feio pode se tornar belo. “O belo é feio e o feio é belo”, disseram as bruxas Macbeth com sabedoria.

Conceito de beleza na idade média

Voltamos ao passado e agora estamos entrando na época da Idade Média para conhecer os cânones da beleza e dos costumes relacionados à moda e à estética.

Durante as primeiras décadas da Idade Média, esqueceram-se dos cuidados com a beleza e surgiu um novo conceito sobre a mulher ligado ao Cristianismo, baseado no fato de que as mulheres só precisavam se preocupar com a salvação de sua alma e esquecer aspectos frívolos, como a moda do vestido ou cuidados com o corpo e os cabelos.
                     

O tempo passou e as mulheres cristãs começaram a usar maquiagem e óleos, influenciadas pela cultura muçulmana, como sinal de cuidado do corpo.

O cânone da beleza daquela época baseava-se em mulheres de pele muito clara, cabelos loiros compridos, olhos e nariz pequenos, batom nas bochechas e lábios, corpo esguio com mãos finas e brancas, seios pequenos e quadris estreitos.


O ideal de beleza das heroínas medievais, descrito nos romances, era: pele clara, rosto alongado, cabelos louros, boca pequena, olhos azuis e sobrancelhas bem desenhadas. Com exceção do rosto, as partes do corpo feminino raramente foram descritas.



Conceito de beleza para Kant

Segundo Kant, a estética apresenta um paradoxo. O julgamento estético tem uma base universal comum à natureza humana. A estética é subjetiva, mas quando se torna universal dá origem a uma certa objetividade baseada em leis naturais.

A beleza da natureza é uma coisa bela, a beleza artística é uma bela representação de uma coisa, conforme expresso em sua “Crítica do julgamento”.


Conceito objetivo e subjetivo de beleza

O objetivista afirma que a beleza ou a feiura das coisas se baseia nas qualidades do próprio objeto. E são elas que provocam emoções no espectador, para que todos sintamos o mesmo ou quase o mesmo.

Essa postura foi dominante, desde a Antiguidade clássica até o Renascimento. Em seguida, basearam-se em proporções que consideravam perfeitas. Ainda, alguns cânones de beleza que governavam a sociedade da época como o “David” de Michelangelo, que mantém uma proporção e harmonia perfeitas. Ou seja, o tamanho da escultura oito vezes o tamanho da cabeça, representava assim o ideal de beleza masculina.

De acordo com o naturalismo ou realismo, a arte deve ser como um espelho da realidade. A beleza consiste em captar a realidade da maneira mais exata possível para que a reconheçamos e admiremos. Portanto, se não consegue representar bem a realidade, considera-se que a obra não é bonita.

Posição subjetivista

A posição subjetivista afirma, portanto, que a feiura ou a beleza das coisas está na mente de cada um, e se refere às emoções sentidas em relação a determinados objetos. Portanto, para os defensores dessa posição, a beleza não é algo objetivo com o qual todos devemos estar de acordo, mas é algo pessoal, que depende de cada observador. Essa postura vem se espalhando desde os tempos modernos até a atualidade. Ou seja, quando a arte deixou de ser entendida como reprodução da natureza para ser entendida como expressão da subjetividade e da liberdade do criador.

Posição objetiva

Comparando as duas posições em detalhes, podemos concluir que quando nos deparamos com a questão de ser a beleza objetiva ou subjetiva, a resposta dependerá do fato de a beleza estar no próprio objeto.

O que é beleza?

A beleza está associada ao belo. É uma apreciação subjetiva, o que é bonito para uma pessoa pode não ser para outra. No entanto, certas características que a sociedade em geral considera atraentes, desejáveis e bonitas são conhecidas como cânones da beleza . A concepção de beleza pode variar entre diferentes culturas e mudar ao longo dos anos. A beleza produz um prazer que vem das manifestações sensoriais e que pode ser experimentado pela visão.

Beleza para Platão

Platão foi o primeiro a desenvolver um tratado sobre o conceito de beleza que teria um grande impacto no Ocidente, tomando certas ideias expressas por Pitágoras sobre o senso de beleza como harmonia e proporção e fundindo-as com a ideia de esplendor. Para ele, a beleza vem de uma realidade alheia ao mundo, que o ser humano não é capaz de perceber plenamente.

Beleza na arte

Na arte, a beleza é aquela que está associada a um conjunto de princípios estéticos intrínsecos a uma determinada disciplina artística. Nesse sentido, a beleza é a maior aspiração artística, pois combina harmonia de formas, impacto expressivo, potencial simbólico e verdade filosófica dentro dos recursos oferecidos por disciplinas como música, literatura, dança, arquitetura, escultura, pintura e cinema, a fim de para nos comover, impressionar e nos encantar.



BELAS ARTES - O QUE É DE FATO BELO?



Muito tem se falado em estéticas artísticas, sobre o que é arte e o que não é. A Arte de fato não se limita a conceitos fundamentados como algo objetivo, pois a existência da dela no mundo circunda um limiar entre a expressividade simbólica comunicativa e o utilitarismo. Desse modo, tende-se a definir o que é e o que não é arte.

Dessa modo,  a expressão belas-artes se refere às artes plásticas, que de forma didática podem ser as formações expressivas realizadas, nas quais utilizam-se  técnicas de produção que manipulam materiais para construir formas e imagens revelando uma concepção estética e poética, processo esse, que surge desde o aparecimento do homem na terra até a evolução da espécie humana.


 Vale salientar que o artista plástico todavia lida com papel, tinta, gesso, argila, rochas, madeira, minerais e metais, programas de computador e outras ferramentas tecnológicas para produzir suas peças. Já em sentido amplo, "belas-artes" se refere ao conjunto formado pelas Artes Visuais, principalmente a pintura escultura, a  Música geralmente se mostrando eruditaDança também de segmento erudito e clássico e o Teatro como grande linguagem lírica que por muito tempo se mostrou reservado a burguesia  e centralizado em algumas elites.  O conceito de belas artes também pode se referir a uma estilização expressiva de cores e modos.

O conceito de "belas-artes" surgiu no século XVIII junto à ideia de que um certo conjunto de características e manifestações artísticas  é superior aos demais. Logo, ao perceber essa definição concreta de que a arte é algo fixo e sem possibilidades de expandir-se no campo além de regras pré-estabelecidas por uma classe de pensadores, não abre-se margem para uma fruição artística ampla. Por esse motivo,  até meados do século XIX, os acadêmicos passavam sempre a classificar as formas de arte em basicamente dois tipos, sendo elas:

  • as belas-artes
  • as artes aplicadas ou artes secundárias

Podemos notar que as belas-artes eram aquelas que, segundo o ponto de vista do período, possuíam a dignidade da nobreza . Sendo mais claro, seriam aquelas que atendiam o gosto de um determinado grupo social, notando assim a limitação da arte no que condiz ser belo, agradável, palatável a quem a consome. Uma vez que  as artes aplicadas, devido ao fato de serem praticadas por trabalhadores , pessoas populares, eram desvalorizadas. A pintura , a escultura e o desenho, determinavam o que era uma arte bela ou não. 

Sendo assim, retomamos a problemática sobre o que é arte certa ou não, do que é belo ou grotesco, erudito ou popular. o fato é que a arte está a transitar numa esfera bem mais ampla do que meras rotulações, e continua de fato a mostrar sua indefinição no tocante a existência humana.


Texto:

Fábio Fernandes