Sei
que muito se fala "o que vale é o caráter".
Pois
bem, o caráter é algo que subsiste de si mesmo, ou seja, se tem ou não. Porém atinge-se
um determinado momento em que chegamos a cair no senso comum de acreditar que
precisamos ser narcisistas, se amar acima de tudo e não ver nossos defeitos e
imperfeições físicas, externas e
socializadas; tanto, que exageramos nessa divagação adoradora de nós
mesmos. Vale a pena vivermos o que somos, nossa essência, bla, bla, bla e
muitos textos prontinhos... Mas e se nossa essência “apenas” não preencher
nosso ego? Não há como negar que nos achamos sempre especiais nesse território
vitalício, que atribuímos valores a nossas ações, que gostamos de elogios a uma
crítica perversa e necessária, mesmo que essa venha ser de natureza produtiva. Nos
escondemos muitas vezes em sorrisos amarelados, mecânicos e hipocritamente
afirmamos uma real felicidade.
Será
mesmo que estamos satisfeitos com nosso corpo, nossa aparência exteriorizada?
Porventura não seria melhor emergir das nossas zonas de conforto e tentar
reagir ao descaso e ao suvenir sedentário? Será mesmo que se nos despirmos dos
nossos egos infláveis vamos ser mesmo felizes e realizados apenas por sermos
portadores de caráter incontestável? Será
que nossa autoestima está em alta? Será que cultuar nossas carcaças nos torna
fúteis? São dilemas que queremos de certo modo ignorar.
Creio
que se soubermos dosar nosso intelecto e externar um contentamento de nós
mesmos, sem estar sendo artificiais pode nos ajudar a afirmar nossas
incapacidades e dificuldades de aceitar o plano mutável. Eu não penso estar bem
por certos momentos, a imagem relaxada e de certo modo esquecida torna-me um
ser pensante e que aceita o conceito de “beleza” apenas teoria filosófica e
como uma forma emergente de consolo. Até onde devemos buscar o caráter da
beleza? Será mesmo que somos seres felizes? Enquanto isso, seguimos a divagar.
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