segunda-feira, 30 de março de 2015

Poema do místico sertanejo. SALUBA!

Avé luz incandescente.
Que alumia a escuridão repentina e rotineira dos homens.
Seu brilho encandeia as retinas fatigadas do sertanejo esperançoso.
Que vinga e resiste ao sofrimento seco da caatinga nossa de cada dia.
Lampião, sinônimo de luz, de sol de clarão.
De fogo.
Fogo de justiça incendiada no sertão do sofrimento.
Da fome litúrgica dos poetas que aliviam suas dores pelas palavras brandas e cautelosas.
Lampião!
Todos mortos.
Mortos covardemente pelas costas.
O bando de guerreiros bandidos heroicos.
De caboclos nordestinados cheios de devaneios complexos
Sentem a dor da queda.
Estacionam seus pensamentos em meio ao descanso eterno e incerto
Que só e real pelo laço incessante e preciso da fé.
Acordai... Acordai... Acordai.
Isso é apenas um dos inúmeros finais.
A luz incandescente pra sempre irá brilhar.
E nós, o que temos feito?
Será que nosso brilho pra sempre irá reluzir?
A chama...
A chama da vida que paira.
Reflete nas muitas e muitas vidas...
Secas.
Porém cheias de sonhos e esperança...
Esperança de águas puras e cristalinas.
E a vida ?
Ah essa já é um grande mistério!
Fábio Fernandes -Trecho de Mistérios da Rabeca/ Nova montagem da Eloy CIA Teatral )

TEXTO - Mistérios da Rabeca (Na Integra)

Os mistérios da rabeca

Personagens
Lampião
São Pedro
São José
São Jorge
Senhora Imaculada
Músico Cego
Narrador
Mistico
Maria Bonita
Jararaca
Capetinha
Padre Cicero

Cena 1- introdução.
(A peça é uma mistura de crenças religiosas e do imaginário popular.) Inicia-se com o canto de chegada.

MÚSICO CEGO – Estão chegando, mas vejam só, estão trazendo às “força maior”.
(Logo a cena passa a ser composta por cangaceiros lutando com os soldados da volante. Durante o combate um personagem denominado de místico fala sobre a força contida na persona de Lampião.)

MISTICO –
Avé luz incandescente.
Que alumia a escuridão repentina e rotineira dos homens.
Seu brilho encandeia as retinas fatigadas do sertanejo esperançoso.
Que vinga e resiste ao sofrimento seco da caatinga nossa de cada dia.
Lampião, sinônimo de luz, de sol de clarão.
De fogo.
Fogo de justiça incendiada no sertão do sofrimento.
Da fome litúrgica dos poetas que aliviam suas dores pelas palavras brandas e cautelosas.
(grita) Lampião!

(Cena  da morte do bando de Lampião)

MISTICO – 
Todos mortos.
Mortos covardemente pelas costas.
O bando de guerreiros bandidos heroicos.
De caboclos nordestinados cheios de devaneios complexos
Sentem  a dor da queda.
Estacionam seus pensamentos em meio ao descanso  eterno e incerto
Que só e real pelo laço incessante e  preciso da fé.
Acordai... Acordai... (grita) Acordai.


(Abre-se uma cena de alegria, na qual representa a ressurreição dos cangaceiros ao som da música Berro Estradeiro, nesta cena entram diversos personagens místicos. A canção é dublada por um personagem cego com um acordeom).

“A Chegada de Lampião ao Céu”
Texto Original : Paulo Varela
Adaptação: Fábio Fernandes

NARRADOR- Hoje todo mundo fala, Lampião morreu de bala lá pás banda de Angicos.
 E de morte ninguém se salva. Morre o preto, morre a alva, morre o pobre, morre o rico. 
Mas foi homem de coragem e com sua cabruagem lá no céu ele chegou.
 E lá chegou sem ter medo e mandou chamar São Pedro quando a porta se fechou.

 NARRADOR – Na porta desceu o braço e deu uns três tiros pro chão.

LAMPIÃO Eita que hoje eu tô “cagota”, que tô com a molesta. Aqui até parece o lar celestial.
Ah que hoje eu tô tinindo, que hoje eu tô querendo aqui botar moral.

CAPETINHA – Ô cabra macho, ô cabra macho!

JARARACA – (desconfiado com o Capetinha) Arri égua macho, que eu num gostei desse cabra esquisito.

MARIA BONITA – Larga de frescura Jararaca, de tudo você desconfia, tá igual a Virgulino, oxe!

LAMPIÃO – E tem mesmo que ser assim, desconfiar até da roupa que veste.

MARIA BONITA – Ai ai ai Virgulino, eu não sei você, mas eu tô querendo mesmo é saber onde é que a gente está.

LAMPIÃO – E eu lá vou saber santinha, ainda pouco a gente estava em Angicos e de repente aparece esse lugar.

CAPETINHA  - Ô cabra burro! Ô cabra burro!

JARARACA – Como é que é cabra, tu chamou alguém de burro?

MARIA BONITA – Ah Jararaca para de implicar com esse pobre coitado, ele é tão fofinho!

JARARACA – Não é implicância, santinha. Só num gostei da cara desse cabra. Olhe bem pra ele, é uma mistura de bode, homem e capetinha.

LAMPIÂO – Pois é, esse sujeito é mesmo muito estranho! Nem parece ser humano. (pergunta ao capetinha) E ai seu cabra, o que você tem a dizer ?

CAPETINHA- Ô cabra macho! Ô cabra macho!

JARARACA – Tão vendo só? Ele só sabe dizer isso... tô muito desconfiado desse sujeitinho.

MARIA BONITA – Mas afinal Virgulino, onde é que nós estamos?

LAMPIÃO – Onde, eu ainda não sei, mas é o que eu vou agora mesmo descobrir.

 NARRADOR - São Roque, coitado tava encostado ficou da cor de um finado quando avistou Lampião.

(Entra são Roque e vê lampião, o reconhece e sai correndo com muito medo, de repente São José aparece pra saber quem está do lado de fora)

SÂO JOSÉ – Mas que tanta gritaria é essa na porta do céu?  E Você cadê o seu crachá de identificação?

LAMPIÃO – Como é que é cabra? Você tem noção com quem é que tu ta falando?

SÂO JOSÉ- Sim: Com um cabeludo zanôi, todo queimado de sol e metido a valente...

 LAMPIÃO – E que se chama Lampião...

SÂO JOSÉ-  Isso mesmo, que se chama lampião. (De repente se assusta ao reconhecer Virgulino)... Lampião? (Demonstrando medo) Como assim Lampião? Ai meu deus do céu é lampião e os cangaceiros do sertão valei-me nosso senhor, eita que que hoje no céu tem briga!  Mas o que é que vocês querem afinal?

MARIA BONITA – Primeiro, saber onde estamos?

SÂO JOSÉ- Ué, e vocês não sabem onde estão?

JARARACA – Claro que não, se a gente soubesse não estaria perguntando...

CAPETINHA – Esse também é macho, Esse também é macho!

 LAMPIÃO – Vamos lá cabra, desembuche.

SÂO JOSÉ- A gente está no céu.

 LAMPIÃO – Como assim cabra, ta achando que nós é besta é?

SÂO JOSÉ- Não, é que no começo é assim mesmo... Todos acham estranho... Vocês todos morreram e agora estão vagando na porta do céu.

MARIA BONITA  - Ai meu deus, por tudo que é mais sagrado! Eu morri... Agora sim eu posso dizer "Tô morta".

JARARACA – E agora capitão o que é que vamos fazer?

LAMPIÃO – Se não tem outro jeito, só nos resta aceitar a morte e entrar no céu.

(São José tranca a porta e deixa os cangaceiros fora)

JARARACA – Olha capitão, o sujeito trancou a porta e parece que não quer deixar a gente entrar.

LAMPIÃO – Se avexe cabra, abra a porta do céu.

SÃO JOSÉ – Não podem entrar, tenho que a São Pedro avisar.

LAMPIÃO – Pois diga a São Pedro pra essa porta escancará. Porque hoje tô vendo que a cobra vai fumá.

CAPETINHA – Ô cabra macho! Ô cabra macho!

NARRADOR -São Pedro tava ocupado lá numa nuvem sentado assistindo uma novela.E a confusão lá fora quis saber naquela hora que confusão era aquela.
 São Jorge passou num embalo em riba de seu cavalo que quase caiu no chão.
 Ia tremendo de medo, num disse nada a São Pedro e se esqueceu do dragão.

(São Jorge passa em cima de um cavalinho de pau, cai no chão, e abre a porta do céu se tremendo de medo.)

São José na correria abandona a serraria e correu pra pedro avisar

SÃO JOSÉ – Pedro, Pedro... Lampião mandou dizer que é pro senhor o atender que a porta vai derrubar.

NARRADOR - E são Pedro foi falando:

SÂO PEDRO – Ele que fique esperando, eu num abro nem a pau. Bote na porta a tramela eu só vô depois da novela e do Jornal nacional.
Diga que eu num abro não, que espere Lampião que aqui a coisa é correta, ele que espere aí que ainda vou assistir esse tal de “Linha Direta”.
Diga a esse cabra da peste que ele mandou no Nordeste e é o rei do cangaço, mas aqui é outro mundo, hoje ensino um vagabundo aqui no céu como faço.


NARRADOR – Já tinha uns anjos chorando, uns santos descabelando tudo de “briba” na mão São Pedro disse:

SÃO PEDRO – Num saia, que hoje eu apronto uma tocaia e hoje pego Lampião. Quem ele pensa que é, eu vô tomar um café, que ele fique esperando lá, deve tá é “chei” de cana, aqui num é casa de mãe Joana pra todo bandido entrar.
Escore na porta a trave, sou eu que mando na chave, mande os santos se arrumar, que hoje no céu tem guerra e esse “fí” duma égua hoje eu boto pra lascar.

SÃO JOSÉ – (interropendo) Acho que está na hora da chegada da imaculada.

Entra em cena a Senhora Imaculada.

Depois da entrada a imaculada pergunta:

SENHORA IMACULADA – Mas afinal Pedro, o que é que está acontecendo aqui?

SÂO PEDRO – A senhora acredita que Lampião e seus capangas estão querendo entrar no céu?

SENHORA IMACULADA –  E o que é que tem, o céu é para todos.

SÂO PEDRO – Até pra um cabra ruim do tipo de Lampião.

SENHORA IMACULADA –  Sim Pedro, todos nós erramos nessa vida, e pra isso merecemos o perdão.

SÂO JORGE – A senhora acredita que o safado queria atrapalhar sua procissão?

SÃO JOSÉ – E disse mais, que iria derrubar a porta do céu, e ainda bateu em mim...

SENHORA IMACULADA –  Mais isso não está correto, vá lá fora e digam que estou chamando aqui agora.

SÂO JOSÈ – Eu vou agora chamar Lampião... (Com medo, retorna e empurra São Pedro) – Vai tu pedro, ja que tens a chave do céu.

SÃO PEDRO – Pois é, eu tenho é a chave, não é uma metralhadora.
( São Pedro empurra São Jorge) – Vai tu São Jorge já que tens uma espada.

SÂO JORGE – Eu vou lá então... Ai pessoal eu confesso, tô morrendo de medo.

SENHORA IMACULADA – Ai ai ai, ja vi que vocês são todos medrosos. Agora tenho que ir, vocês que se resolvam com Virgulino, ainda tenho que abençoar muitos romeiros pelo mundo a fora...

(SAI)


LAMPIÃO - Ai ai ai, que eu não aguento tanta espera. Já tô começando a achar que to sendo passado pra trás.

MARIA BONITA – Pois e virgulino, também tô começando a  desconfiar dessa demora, sera que estamos incomodando alguém e os santos não querem nos deixar entrar ?

LAMPIÃO – Eu não sei santinha, mas ja tô começando a ficar de ôio virado.

JARARACA – Ah, deixa comigo meu capitão. (grita) Oh cambada de santo do ceu, façam o favor de abrir o portão desse beleleu.

MARIA BONITA – Pelo visto nós vamos ter que esperar mais um pouco.

LAMPIÃO – Ei cambada olha ali, vem vindo uns anjos  logo ali, vamos nos esconder pra ver se a gente descobre qual e o plano dos santos celestiais.

JARARACA – Boa, capitão!

MARIA BONITA – Ah Virgulino, você sempre pensando em tudo! Sua esperteza me torna a mulher mais feliz da terra.

CAPETINHA – Da terra INT. Nunca se iluda, nunca se iluda. (gargalhada)

NARRADOR – De repente os anjos entram pelo portão do céu. E todos parecem muito apressados. Parece que a agitação chegou pelas bandas do céu, pois nem parece dia de finados.


( Na cena, entram alguns anjos e os  santos os ordenam trazer armamentos pra enfrentar Lampião e seu bando)

SÂO PEDRO - João vá no quartinho e chame santo Agostinho pra gente montar um plano, que é pra pegar um safado que seu povo vem armado e traga Domingos e Adriano.

 SÂO JOSÉ - Diga a São Dirceu que quem mandou fui eu, que ele largue o clarinete e convide são Balbino e que ele traga os  meninos tudo armado de cacete.

SÂO PEDRO - Pois eu daqui por diante vou montar minha volante pra saber quem manda aqui, e diga a são Nicolau pra trazer cem lasca de pau para o povo de Davi.

SÃO JORGE – Pois o bicho vai pegar, e hoje vou descontar nos coro de Lampião e junto com santo Antero vingar as flechadas que deram no Santo Sebastião.

SÃO PEDRO – Hoje a tropa dele é fraca, pode vir a jararaca e os cabras que ele tem, que hoje ele cai no pau que esse meu pessoal é bom de briga também.

SÂO JOSÉ – Chame são Salatiel e avise a são Gabriel pra ele dar o recado, que Lampião hoje se enrasca, que hoje junto nós lasca aquele cabra safado.

SÂO JORGE – Diga que são Bento venha, traga umas lascas de lenha e aquele rifle emprestado, Vá la no Rio de Janeiro e traga de lá Ligeiro todo revolver comprado.

SÂO PEDRO – Que traga as "arma tudinha", dê um passei na Rocinha e traga os "Fuzil" de lá, no céu vai ter sururu, mas passe lá em Bangú e avise a Beira Mar.

SÂO JOSÉ – Peça pra ele arrumar com a policia de lá umas balas de canhão, traga revolver e uns cacete, uns capuz e uns coletes, uns estilete uns facão...

SÂO JORGE –Nessa descida pra terra dos presos tu trais a serras deles serrar as prisão. E pra nós nos armar mais pago mais de cem reais por arma da população.

SÃO PEDRO – E se Dinheiro faltar vá nos políticos de lá e levem uma intimação, Diga que eu mandei buscar que é pra dinheiro pegar desse bando de ladrão.

NARRADOR – E quando os anjos chegaram , Todos os santos se armaram uns com facas outros com fuzil. E os santos foram se armando e ainda ficou sobrando arma que vêi do Brasil. Nisso São Pedro Gritou:

SÃO PEDRO – Lampião ai eu vou, se apronte cabra safado. Pois tu vai pro beleléu, nessa viagem pro céu você pegou o bonde errado.

NARRADOR – Os santos tudo armado, abriram a porta do lado e percuraram lampião. Que fugiram de lá ligeiro, do céu queimou foi o chão. Correram tudo descendo, la pro inferno lá correndo de longe se via o pó. É só a coisa arrochar pra lampião desabar como fez em Mossoró.

SÃO PEDRO – Parece que aquele cabra safado e seu bando desistiu de entrar no céu.

SÂO JOSÉ –  Também, com esse armamento, quem não fica com medo­ ?

SÂO JORGE – Pois e, ate os anjos estão armados.

SÃO PEDRO – O pior e que eles nem imaginam que depois da morte não se pode mais morrer, e que as armas não servem mais.

SÂO JOSÉ – O que vocês acham de pregarmos uma peça nele­ ?

SÂO JORGE – Como assim ?

SÂO JOSÉ – Fácil. A gente chama eles ate aqui e começa um duelo. Eles vão atirar na gente e pensar que nos mataram, só quando eles estiverem contando vitória a gente vai e acorda

SÃO PEDRO – Ah Jose se eu soubesse que você era assim tão inteligente, eu ja tinha feito isso a mais tempo. Vou adorar ver  a cara de tacho daquele cangaceiro safado. E então pessoal chamem ja aquele bando de cangaceiro.

SÃO JORGE – Mas que pretexto vamos dizer pra Lampião ?

SÃO PEDRO – Avisem a eles que Padre Cicero esta o aguardando.

 NARRADOR – Sabendo da chegada do tal padre Cícero, Virgulino e seu bando entram no céu e esperam pra ver o santo padre romeiro.

LAMPIÃO – Cadê meu padrinho ? Cadê ?

JARARACA – Capitão, parece que a gente foi feito de besta mais uma vez.

MARIA BONITA – Ah, mas agora quem vai acertar as contas com esses santos aqui vai ser eu. (Gritando) Apareçam cambada de santo, hoje eu mostro que sou uma
(Canta) : MULHER NOVA, BUNITA E CARINHOSA, FAZ O HOMEM GEMER SEM SENTIR DOR. (2x).

NARRADOR - Os santos todos riem e aparecem armados, nessa cena começa o confronto final.

SÃO PEDRO - E ai cangaceiro do sertão, quero ver se tu é bom de briga aqui no céu também!

LAMPIÃO - Já que é assim, prepare seus coros!

NARRADOR - Depois de muito lutar, Lampião e os cangaceiros descobriram que suas armas no céu não tinham serventia e o jeito foi todos se unirem. Mas a imaculada Logo entra em cena.

SENHORA IMACULADA - Virgulino, meu filho, aqui seja bem vindo. O céu te recebe de braços abertos e tem alguém que muito quer te ver, pode vir aqui Cicero.

PADRE CICERO - Virgulino meu filho.

LAMPIÃO - Sua benção meu padrinho.

PADRE CICERO - Nada de ruim vai te acontecer meu filho, o céu é um lugar de perdão, amor, reencontro e reconciliação. Deixe a mágoa de lado e viva eternamente no perdão e com amor no seu coração.

(Abraçam-se)

MISTICO - Isso é apenas um dos inúmeros finais.
A luz incandescente pra sempre irá brilhar.
E nós, o que temos feito?
Será que nosso brilho pra sempre irá reluzir?
A chama...
A chama da vida que paira.
Reflete nas muitas e muitas vidas...
Secas.
Porém cheias de sonhos e esperança...
Esperança de águas puras e cristalinas.
E a vida ?
Ah essa já é um grande mistério!



FIM


Retornando as atividades! 2015.

Depois de meses sem postar matérias nessa ilustríssima página, retorno as atividades. Uma vez que o ócio criador e constante efervecente da arte me faz voltar ao ponto. Retorno ao caderno de devaneios de ARTE.D