terça-feira, 31 de julho de 2012

Momento de Ócio, #01



Vamos sorrir um pouquinho!

Palco Giratório SESC volta ao RN com espetáculos teatrais gratuitos

 (Divulgação)

Falta pouco para o início de mais uma “circulada” da turnê 2012 do Palco Giratório SESC, projeto de fomento às artes cênicas, idealizado pelo Departamento Nacional do SESC. Nesta terça-feira, 31/07, às 20h, a trupe pernambucana “Ensaia Aqui e Acolá” sobe ao palco do Teatro Alberto Maranhão, com a peça “O Amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas”.

O enredo retrata a história de uma jovem que engravida do namorado em Recife, no final do século XIX, e é emparedada viva pelo próprio pai para fugir da vergonha familiar e preservar a honra. O projeto Palco Giratório, promovido pelo SESC RN, é um dos destaques do “Agosto da Alegria”, evento cultural realizado pelo Governo do Estado.

Neste ano, os norte-rio-grandenses ainda serão contemplados com cinco peças de diferentes estilos, transitando da comédia ao drama. As apresentações acontecem em mais duas etapas – em agosto e novembro – para os públicos de Natal, Mossoró e Caicó. Além dos palcos dos teatros, a população poderá acompanhar encenações em vias públicas.

Em Mossoró, a programação cênica começa no dia 01 de agosto, às 20h, no Largo do Teatro Dix-Huit Rosado, com a peça “Este lado para Cima”, da paulista Brava Companhia. No dia 02 de agosto, o Palco gira em Caicó, às 20h, na Praça Mons. Walfredo Gurgel, com a mesma peça encenada em Mossoró.

A temática da peça será encenada na rua, abusando do humor e da ironia para desfilar uma serie de questionamentos, provocações e críticas ao capitalismo e suas práticas predatórias de exploração do trabalho, criando uma divertida metáfora da vida contemporânea com suas contradições e absurdos.

Para ter acesso aos espetáculos, que serão gratuitos, sugere-se ao público levar aos locais das apresenções 1kg de alimento não-perecível para o programa Mesa Brasil do SESC. Posteriormentes, os mantimentos serão encaminhados às instituições sociais cadastradas no programa de segurança alimentar da instituição.

A programação completa do projeto e suas apresentações encontram-se disponíveis no site do www.sescrn.com.br.

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domingo, 29 de julho de 2012

O esquema de distribuição da Globo me deixou enojado, disse o ator Caio Blat

Por Victor Zacharias


O ator Caio Blat esteve em Suzano em um evento promovido pela prefeitura durante o qual participou de uma roda de conversa com a juventude e contou um pouco da sua trajetória de vida, a experiência no teatro, cinema e televisão.

Sua premiada carreira começou precocemente, primeiro fez comerciais de publicidade aos 8 anos, depois atuou em novelas, só então chegou ao teatro. Quanto aos estudos, preferiu fazer faculdade de direito ao invés de artes cênicas, pois a intenção era a de ampliar sua cultura e conhecimento. Entrou na USP, mas não concluiu o curso.


Cinema não chega aos pobres. Quando foi fazer o filme Bróder morou por um tempo no bairro de Capão Redondo em São Paulo, foi lá que percebeu que o cinema não chega até as pessoas da periferia, o público que atinge é restrito, o motivo a seu ver é porque não existem salas disponíveis nestes lugares, o ingresso é caro e o filme brasileiro fica uma semana em cartaz e sai para dar lugar aos filmes da indústria americana.

Esquema para fazer sucesso
Ele foi produtor de seus últimos filmes, por isso descobriu qual era o esquema da distribuição, e Caio indignado disse "é uma coisa que me deixou enojado, me deixou horrorizado".
"No cinema a distribuição é predatória, ainda é um monopólio", disse Caio, "são pouquíssimas empresas distribuidoras e o que elas fazem é absolutamente cruel, elas sugam os filmes, não fazem crescer, sugam para elas, são grandes corporações".

Ele disse, "ia ao Vídeo Show, no programa do Serginho Groisman e outros. Achava que era um processo natural de divulgação, foi quando descobri que estas coisas são pagas. Quando vou ao programa do Jô fazer uma entrevista isso é considerado merchandising, não é jornalismo".

A Globo faz estas ações de merchandising, inclusive em novelas, e fatura para a Globo Filmes. Comenta Caio, "Ela cobra dela mesma". Ele notou que este é uma espécie de "kit" para que o filme aconteça e seja exibido em dezenas de salas em todo o Brasil. Se por acaso os produtores não aceitarem esta imposição, a Globo não levará ao ar nada do filme em nenhum de seus veículos, nem no eletrônico, nem no impresso, Caio completa, "Se não fechar com a Globo Filmes, seu filme morreu"

No contrato de distribuição, Caio detalha, fica estabelecido que o primeiro dinheiro a entrar da bilheteria do filme é para pagar a Globo Filmes, "É um adiantamento que estamos fazendo. Olha o que eles estão dizendo! Adiantamento fez quem realizou o filme, investiu muito antes". Ele pergunta, "O que a Globo faz? Quanto ela gastou para fazer este "investimento"? Nada. O programa deles tem que acontecer todos os dias, eles precisam de gente para ser entrevistada, finaliza sobre este tema.

Jornalismo que é propaganda disfarçada
Sem contar o lado ético, que no capitalismo é apenas retórica, chega-se a primeira conclusão que tudo que é exibido na televisão, uma concessão pública, é propaganda, ora em formato de comercial, ora como merchandising, isto é, dentro do programa e até em estilo jornalístico. Outra conclusão é que a TV gera lucro em outros negócios para seus concessionários que nada tem a ver com a atividade fim da concessão.

Lei limita propaganda
Nas leis, que completam 50 anos, de números 52.795/63, art.67 e 88.067/63, art.1, art 28, 12, D, está escrito o seguinte: Limitar ao máximo de 25% (vinte e cinco por cento) do horário da sua programação diária o tempo destinado à publicidade comercial. Pelo visto, ela claramente não é cumprida na programação que vai ao ar.
Existem também canais que passam promoção de vendas o tempo, neste caso, além da lei citada, também deixam de cumprir o princípio constitucional : Art. 221 - A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Tudo leva a crer que estas questões são graves o suficiente para suspensão das outorgas das emissoras infratoras.

Por isso, e por muitas outras coisas, é preciso que este tema da democracia da mídia seja discutido no país e o Marco Regulatório da Comunicação, após ampla consulta pública, encaminhado o mais rapidamente ao Congresso, sem o qual a Liberdade de Expressão com diversidade e pluralidade continuará seriamente prejudicada.

Assista ao vídeo do bate papo, a questão da mídia começa a ser colocada com 12'53"




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sexta-feira, 27 de julho de 2012

...PALAVRAS...


Viajar...
Adquirir asas...
Para além do céu aberto...
Contrastar as alegrias...
Com as tristezas diversas...
Tornando a mais simples alegoria...
Num mundo recheado...
De imaginários...
A recordações...
Este sim!
É aquele que poderá tornar-nos por momentos...
Num sonho!
Num algo condensado!
Numa real inexistência!
Este sim...
É o MEU livro!
Todo ele...
De...
...PALAVRAS SEM TEMPO...
Do que sinto...
Do que quero...
Dos meus desejos...
Sonhos...
E ansiedades!
Tudo o aqui está é verdadeiro...
Simples...
E ao mesmo tempo...
Bastante complexo!
Falo de MIM...
Da minha vida...
Da minha existência...
Do meu ser...
Das minhas...
Alusões...
E...
Ilusões...
Este sou EU!
E tudo isto...
Faz parte de MIM!!!!

Alex M

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EXPLORAÇÃO 3D DE GUERNICA

por


Durante a guerra civil espanhola, a aldeia de Guernica foi atacada e practicamente destruida pela Luftwaffe, inspirando uma das mais famosas pinturas de Pablo Picasso. Devido ao horror das quase 1600 mortes originadas pelo bombardeamento, esta obra, que já estava a ser efectuada pelo artista, recebeu então o nome desta aldeia, nascendo e perpetuando-se Guernica.

Lena Gieseke propôs-se a fazer uma representação a três dimensões desta famosa pintura, ideia que surge a partir da influência da montagem de puzzles de pinturas famosas.Segundo Lena, através da montagem de puzzles a percepção de toda a obra adquire um significado diferente, pelo facto deste processo obrigar a um estudo detalhado das linhas, formas e cores que dão vida a toda a composição. A minúcia necessária para a execução de tal tarefa permite que tenhamos consciência de certos detalhes que, de outra forma, jamais seriam percepcionados. A experiência da pintura torna-se então mais intensa, pela interação causada pela solução do puzzel mas, ao mesmo tempo, fortalecida e expandida pelo própria fantasia do observador, a medida que vai analizando pequenos pedaços desconexos da obra.

Surge assim a dimensão de Guernica segundo o olhar de Lena Gieseke.



bjr
Sobre o autor: benjamin júnior esteve ligado às artes e tecnologia, sendo um dos fundadores da obvious. Adora o inverno, o conchego da lareira, bom vinho, boa comida e, acima de tudo, boa companhia. Saiba como fazer parte da obvious.


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2008/07/exploracao_3d_d.html#ixzz21t4lv5Kg

MUSEUS ASSUSTADORES: O LADO INCÓMODO

por


O mundo é demasiado grande para o conhecermos bem. Talvez por isso nos surpreendamos quando a completa estranheza surge aos nossos olhos, por exemplo na comunicação social. Ou o “estranho” será já regra? Ainda assim, o que nos pode assombrar, hoje, reflecte a profusão de ideias em que o mundo se tornou. Melhor do que isso: tem museu.


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© Monk' Corridor (Wikicommons, Sibeaster).

A cultura do “susto”

Crê-se que exista o universo emocional do susto desde que existe o ser humano. Cada indivíduo tem uma reacção específica face ao susto e existem vários tipos de susto, decorrentes das várias maneiras de percepcionar os episódios do quotidiano, uns mais comuns do que outros. Numa cultura ocidentalizada europeia, pelo menos, provocar o susto, conscientemente ou não, implica causar, em algum momento, sensações que sentimos como negativas. Ainda assim, tal não impede que o susto seja usado para momentos de animação ou de gozo, entre pessoas, ou até para a disseminação do conhecimento (científico ou não) na sociedade global, como o caso de alguns museus, por todo o mundo.

De uma lista de 15 museus mundiais considerados pela generalidade do público e por alguns orgãos de comunicação social dos mais assustadores, destacam-se museus como o Museu Vrolik, em Amesterdão, com uma colecção composta, entre outras, de peças, como espécies que sofreram de patologias diversas, embriões anómalos ou caveiras e ossos com uma formatação estranha. Entre outras coisas, é possível observar corpos de fetos siameses, pequenas colecções de ossos e de dentes, normalmente com problemas. Este museu é um espaço acinzentado, fora da moda actual, usado para estudo principalmente dos estudantes de Medicina da cidade. Consegue ser, para alguns “sites” turísticos, assustador e, por isso, não apropriado para crianças.

O Museu de Antropologia Criminal Cesare Lombroso, em Roma, é composto maioritariamente pela colecção do reconhecido criminologista italiano que dá nome ao museu. As suas maiores atracções são cabeças de criminosos e armas usadas por estes, coleccionadas por Cesare. Este criminologista acreditava que o interior dos cérebros dos criminosos seria diferente dos cérebros de outros indivíduos.

Outro museu, o Museu de Múmias de Guanajuato, uma pequena cidade no México, é composto por 108 corpos mumificados, mulheres na sua maioria, mortos por um surto de cólera que atingiu a cidade, em 1833. Os corpos foram desenterrados, entre 1865 e 1958, e acabaram por ficar preservados pela própria composição do terreno onde se encontravam.

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© Museu das Múmias, Guanajuato.

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Rio da Morte, masmorras em Londres (Wikicommons).

Poderão ainda ser dignos de realce as Catacumbas de Palermo (também conhecidas como um "museu da morte"); o “London Dungeon”, em Londres, onde praticamente tudo lá se encontra disposto para assustar os visitantes - com vários instrumentos de tortura da Idade Média expostos e actores prontos para sair da escuridão, a qualquer instante -; o Museu do Crime da Academia de Polícia Civil, em São Paulo, com exposições de fotos e objectos que serviram de provas de crimes descobertos; ou o “Moulagen Museum”, em Zurique, que tem peças de cera retratando doenças como a lepra ou sífilis.

Assentar poeira

A CNN fez uma lista dos 15 museus que considerou os mais estranhos do mundo. Entre outros, por exemplo, o Museu da Água da Torneira (China), o Museu da Arte Má (E.U.A.), o Museu das Coleiras (Inglaterra), o Museu dos Cortadores de Relva (Inglaterra), o Museu do Cabelo (Turquia), o Museu do Falo (onde se encontram mais de 270 pénis, de diferentes espécies, na Islândia) ou o Museu da Beleza Extrema (Malásia). Destes “museus”, provavelmente, muito poucos se-lo-ão, de facto, pois não basta a posse de uma colecção material e uma temática expositiva.

Estes “museus” primam pela invulgaridade e encontram-se em expansão, no mundo de hoje. Reflectem mudanças nos modos de educar públicos, talvez acompanhadas de uma predisposição do público para tal. Quando estas mudanças passaram a ser a regra, tornaram-se banais. Ao se banalizarem, facilmente se tornou notório o impacto das mudanças que estes museus promoveram no espírito do público e que este acabou por “ir aceitando”. Talvez por mera e contínua interiorização. O que antes foi “mudança”, deixou de o ser. Tal como quando a poeira se levanta e acaba por assentar, inevitavelmente.

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© Museu da Falologia, Pénis não Humanos (Wikicommons, Wellington Grey).

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© Museu da Arte Má, Dedham, Massachusetts (Wikicommons, Kafka Liz).

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© Museu da Arte Má, Dedham, Massachusetts (Wikicommons, Kafka Liz).

luispereira
Sobre o autor: luís pereira. Segundo José Saramago, "sempre chegamos aonde nos esperam." Saiba como fazer parte da obvious


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/07/museus_assustadores_o_lado_incomodo.html#ixzz21t2dXlZF

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mercado de arte cresce com zona franca suíça

A demanda por depósitos francos vem aumentando em todo o mundo, impulsionada pelo mercado de arte em plena expansão. Os depósitos oferecem um lugar livre de impostos para armazenar arte e facilitar as vendas. A Suíça continua sendo líder deste setor.

A globalização do mercado da arte está mudando radicalmente o cenário internacional da arte. Depósitos francos, também conhecidos como entrepostos aduaneiros, servem como espinha dorsal da logística, pois permitem que as obras de arte sejam armazenadas ou transportadas nas melhores condições, enquanto espera para mudar de mãos.

A Suíça sempre foi muito ativa nesse setor, com mais de uma dúzia de depósitos francos, os maiores sendo em Chiasso, Zurique, Basileia e Genebra. Genebra concentra a maior quantidade de arte de qualquer depósito franco no mundo, em grande parte de museus de renome.

- A maior parte das obras de arte do nosso fundo está em Genebra - disse à swissinfo.ch Jean-René Saillard, diretor de vendas baseado em Genebra do grupo British Fine Art Fund Group, uma parceria de investimento em arte, altamente bem sucedida, criada há dez anos. Existem agora 40 fundos similares, 20 deles chineses, a maior parte criada nos últimos anos.

- Mas isso não significa que a arte permaneça escondida. A ideia de que a arte entreposta em depósitos francos nunca é mostrada é um mito - continuou Saillard - Os proprietários têm todos os motivos para ceder as obras generosamente. Quando essas obras de arte são expostas em instituições de prestígio, elas aumentam naturalmente seu valor - explica. O Kunsthaus Zürich, o museu de belas artes de Zurique, mostrou recentemente parte da lendária coleção Nahmad, que está armazenada no entreposto aduaneiro de Genebra.

Limbo fiscal

As profundas mudanças que ocorrem no mundo da arte estão, no entanto, transformando o propósito original dos entrepostos aduaneiros, que era o de adiar alguns trâmites formais até o momento em que a arte chegasse ao seu destino final. O limbo fiscal dos depósitos francos é um grande trampolim para um mercado de investimento que não tem necessidade da presença física de mercadorias.

De acordo com pesquisa realizada pela Mei Moses All Art Index, a arte vem superando as ações entre 2000 e 2011, com apenas uma ligeira queda durante a crise econômica de 2008. Indivíduos de alta renda, que procuram diversificar suas carteiras e fundos de investimento, estão, portanto, comprando obras de arte como nunca, mas não necessariamente para viver com elas.

Consequentemente, o armazenamento seguro, de preferência fora da legislação fiscal de qualquer país, vem sendo muito procurado, já que o caminho das obras de arte é decidido dentro e fora de operações financeiras, enquanto elas permanecem nos entrepostos.

Muita arte

O mercado de arte está estimado em 46,1 bilhões de euros (SFr55.4 bilhões). Os mercados de arte estão cada vez mais ligados aos mercados financeiros, de acordo com Anders Petterson, fundador da inglesa ArtTactic, ativa na análise desses mercados.

- Pessoas do mundo inteiro estão comprando arte - enfatizou Petterson. Ele atribui o crescimento explosivo do mercado da arte não apenas aos fundos de investimento, mas também à multiplicação de feiras de arte, leilões e novos colecionadores de arte.

- Há tanta arte, que estamos funcionando fora do espaço. Conheço uma porção de colecionadores, cuja paixão ultrapassou suas paredes há muito tempo, mas eles continuam comprando. Até 80% da coleção deles acaba em entrepostos aduaneiros - conta Petterson. Mesmo os museus, mostram apenas uma parcela muito pequena do acervo deles de cada vez.

Como resultado, a necessidade de serviços profissionais, estrategicamente situados para garantir a segurança e a preservação da arte, é cada vez mais importante.

Caixa-forte

Os entrepostos aduaneiros não oferecem apenas temperatura e umidade controlada, eles também vêm com uma armada de serviços essenciais: segurança, restauração, estruturação, autenticação, avaliação e transporte especializado, para citar apenas alguns.

- Preservar a arte em condições ideais é a principal razão para a utilização de entrepostos - insiste Denis Schott, que abriu uma sucursal para a sua loja na região dos depósitos francos de Genebra há cinco anos.

Embora os entrepostos sejam guardados como inexpugnáveis caixas-fortes, "Genebra é menos misteriosa do que muitos fazem crer", disse. Alguns dos cofres lembram galerias de luxo, embora com uma temperatura constante de 17 grausCelsius "a gente congela lá dentro", conta Schott.

A preservação das obras de arte é muito exigente, segundo Schott, que acha que uma grande parte do sucesso dos depósitos francos esteja na qualidade dos serviços no local, incluindo os fornecidos pelos transitários.

Yves Bouvier é responsável de um deles, o Natural Le Coultre, o maior transitário de arte do mundo. "O mercado de arte quadruplicou nos últimos anos", observou. O fato de que há mais artistas do que nunca e que a arte contemporânea tende a ocupar volumes maiores também aumentou a necessidade de instalações desse tipo.

"A arte é uma moeda"

Como resultado, Genebra está se expandindo, com um novo prédio a ser inaugurado em 2013. Cingapura inaugurou um grande entreposto em 2010 para atender ao crescente mercado de arte asiático e um depósito franco deve entrar em funcionamento em Luxemburgo em 2014.

Como as condições de segurança são fundamentais, Bouvier descartou a ideia de que negócios obscuros possam florescer em entrepostos alfandegários (ver artigo relacionado). "Tudo é verificado na entrada", assegurou. Em 2005, a Suíça introduziu uma legislação para verificar procedência e propriedade de todos os bens culturais e em 2009 passou exigir inventários completos.

A Suíça, com suas coleções de arte, museus, galerias e feiras de arte sempre cultivou seu perfil para a grande arte. A novidade é que os seus entrepostos tornaram-se protagonistas no mercado de arte internacional crescente.

- A arte é uma moeda que circula entre os países - diz Andres Petterson, advertindo que os lucros hipotéticos nem sempre são a principal razão para a compra - A arte proporciona prestígio, bem como diversão.

Foto: O "Kunsthaus Zürich" expôs recentemente parte da lendária coleção Nahmad, armazenada no entreposto aduaneiro de Genebra.

Disponivel em:

http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Noticias.asp?id=7301

Quase milionário, pintor de 9 anos ganha retrospectiva

Com apenas 9 anos, Kieron Williamson já é um artista consagrado - e agora caminha para ser um milionário.

Na semana passada, 24 de suas pinturas foram vendidas por um total de 250.000 libras (cerca de R$ 790.000). está acontecendo , uma exposição na cidade de Holt, na região britânica de Norfolk, mostra ao público uma retrospectiva de seu trabalho.

A exposição, na galeria Picturecraft, reúne mais de 100 obras, incluindo os primeiro quadros de Kieron, feitos quando ele tinha apenas 5 anos.

Na abertura da exibição, no dia 20, também foi lançado o livro Kieron Williamson: Coming to Light, em que os pais do menino contam sua trajetória.

Mas Kieron se importa com dinheiro?

"Não", diz ele. "Mas eu gosto, um pouquinho."


Descoberta

O talento de Kieron foi descoberto por seus pais durante umas férias da família na Cornualha, quando o garoto tinha apenas cinco anos. Desde então, só se aprimorou.

"Meu estilo mudou", ele declarou em 2010, quando obteve destaque em jornais britânicos por fazer sua primeira grande venda, no valor de 150.000 libras (R$ 474 mil).

Desde então, Kieron tem recebido centenas de pedidos de pessoas que querem uma pintura sua, inclusive celebridades e membros da família real.

"Não tenho pintado muito, mas acho que meus quadros estão melhores do que eram", diz Kieron, sentado em seu estúdio de arte em sua casa nova, em Ludham. "Meu estilo mudou e eu agora tenho todos os meios (para pintar)."

Suas paisagens, já impressionantes há dois anos, hoje têm uma grande quantidade de detalhes. Os óleos, aquarelas e pastéis mostram uma certa maturidade.

Para Kieron, seu melhor quadro é uma paisagem da cidade de Wells sob a névoa.

"Ela mostra um barco de pesca e outros barcos destacados pela luz, mas você não pode ver o horizonte por causa da névoa", diz Kieron, que diz não querer vender esse quadro.

Experimentação

Em geral, Kieron retrata paisagens, mas em seu mini-estúdio também há pinturas feitas para experimentar novos temas e técnicas. "Estou pintando mais cavalos e pessoas", diz.

"Fiz essa pintura de um homem colhendo algas. Minha mãe tirou uma foto dele e eu fiquei inspirado para pintá-lo."

Kieron conta que costuma procurar fotos para pintar na internet antes de ir para a escola. "De vez em quando, penso sobre a imagem na escola - fico com ela na cabeça", afirma.

A mãe Kieron, Michelle diz que o talento natural do garoto surpreendeu a todos.

"Se você me dissesse há cinco anos, onde estaríamos hoje, não teria acreditado", diz ela.

"Quando ainda era bebê, Kieron disse que seria famoso, mas não esperava que alcançasse tudo isso, para ser sincera. Ele tem a coragem e determinação do pai."

Segundo Michelle, o contador da família disse que o garoto ainda não é milionário, mas esse patamar deve ser alcançado a qualquer momento. "Ele é um garoto de sorte", diz.


Fonte:

Diário de Pernambuco

http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Noticias.asp?id=7337

Projetos e pendências na mesa

Por:Tádzio França

Possibilitar a produção cultural popular exige constante troca de ideias, informações e análises. Um enredo burocrático, a princípio, mas essencial para que esse cenário se movimente e atue conforme suas necessidades. A secretária Extraordinária de Cultura do RN, Isaura Rosado - há um ano e meio à frente do cargo na Fundação José Augusto - almeja soluções que se movem entre orçamentos, editais e licitações. Enquanto a Cidade da Criança e a Biblioteca Câmara Cascudo aguardam novos apoios, velhos projetos musicais ganham nova direção, e um bom número de editais novos foram anunciados nos últimos meses. As políticas culturais exibem suas possibilidades.
Emanuel AmaralIsaura Rosado comenta as atividades da secretaria de Cultura
Isaura Rosado comenta as atividades da secretaria de Cultura

Novas perspectivas vieram com o anúncio de seis novos editais no começo de julho - "com a intenção de sejam lançados mais cinco até o fim do ano", segundo Isaura Rosado. A secretária ressalta a proposta da FJA de integrar seus eventos cada vez entre a capital e os municípios do interior. A segunda edição do Agosto do Alegria, por exemplo, estenderá sua programação até Mossoró, que participará com o musical "Hoje é dia de valsa", de 1º a 05 agosto, em parceria com a rede estadual de ensino. Em Caicó, o Auto de Sant'Ana também compõe a programação que faz parte do edital Atos do Povo.

JORGE AMADO, MARTINHO DA VILA E DEÍFILO GURGEL

No mais, o Agosto da Alegria não fugirá ao modelo do ano passado. "O evento foi muito bem avaliado pela imprensa e público ano passado, e foi vitorioso dentro da nossa proposta de exaltar a cultura popular para os potiguares, também com um alcance turístico", afirma. A programação - em homenagem a Deífilo Gurgel - abrirá no dia 08 de agosto indo até 02 de setembro, com a presença de 160 grupos folclóricos e mais de 400 apresentações, que serão feitas entre o Palácio Potengi, Teatro Alberto Maranhão e praça Augusto Severo. Entre nomes confirmados, Martinho da Vila para fazer a abertura, e a filha do escritor Jorge Amado, Paloma Amado, debatendo o centenário de pai e sua obra. Será feito um anúncio oficial da programação completa.

PROJETO SEIS E MEIA NO INTERIOR

Rumo ao interior também deverá seguir um velho conhecido dos natalenses, o projeto Seis e Meia. Segundo Isaura, a chegada do Teatro Riachuelo, com sua estrutura moderna e espaço amplo, praticamente inviabilizaram os shows musicais no velho TAM. "No outro teatro, os artistas têm a possibilidade de pedir um cachê dez vezes maior do que poderia proporcionar a plateia do TAM", afirma. A ideia, ainda em estudo, seria retomar o projeto em direção ao interior, com shows dirigidos a espaços como as casas de cultura.

EDITAIS E FISCALIZAÇÃO
As ações anunciadas a partir dos últimos editais reforçam a proposta da FJA de ressaltar a cultura popular mais enraizada. Daí vieram editais como Deífilo Gurgel, Palhaço Facilita e Chico Traíra, que favorecem grupos folclóricos, teatro de João Redondo, poetas populares, formação circense e literatura de cordel. Tudo já foi aprovado pela comissão do Fundo Estadual de Cultura, que tem a participação de entidades que congregam os beneficiários dos editais, além de representantes dos artistas por região administrativa, indicados pelo Conselho Estadual de Cultura, entre outros órgãos de controle do governo. Isaura ressalta que a fiscalização desses editais é feita através de uma prestação de contas obrigatória dos beneficiados junto à fundação.

Isaura afirma que a distribuição de verbas é a mais democrática possível, e com plena intenção de ser justamente "pulverizada". "Devemos atender o Estado como um todo. O Fundo Estadual é pra isso. Ele deva chegar até aqueles pontos distantes do interior, apóia e promove eventos de lá. Já a Lei Câmara Cascudo é que tem maiores somas, junto a empresas grandes como Cosern e Petrobras, além de se concentrarem na capital", explica.

A própria FJA recorreu aos editais de cultura, tendo sido uma das contempladas pelo programa Banco do Nordeste/BNDES, com o projeto Nós na Tela. Isaura ressalta que a iniciativa foi realizada dentro da lei, pois a verba é pública, e o edital confirma que a instituição poderia concorrer. "O Banco do Nordeste é uma instituição poderosa, que sempre incentivou a ajuda. Mas ela ofereceu um valor R$1,5, enquanto o governo do RN está apoiando com mais R$12 milhões, ou seja, estamos trabalhando muito mais. Eu só espero que as verbas de ambos subam", afirma.

Alguns assuntos permanecem na base da expectativa. A Biblioteca Câmara Cascudo está à espera de que o MinC assine convênio para restauração. "Temos cumprido as diligências necessárias e sempre ressaltando os apoios de Fátima Bezerra e Henrique Alves quanto a questão. Serão R$3 milhões em recursos", diz. Em situação semelhante está a Cidade da Criança. Isaura explica que a empresa que seria responsável pela obra teve dificuldades e o contrato está sendo rompido, para que haja um novo processo de licitação. O processo será realizado ainda este ano, garante.

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'Valente' usa técnica revolucionária de animação

Por: Luiz Carlos Merten (Agência Estado)
São Paulo - Você já viu heroínas feministas na animação, garotas que até mesmo se disfarçam como homens para conseguir mostrar seu valor. Basta se lembrar de "Mulan", animação da Disney inspirada numa velha lenda chinesa. Mas você nunca viu nada parecido com a nova animação da Pixar/Disney. Para início de conversa, "Valente" é a primeira animação da parceria co-assinada por uma mulher, Brenda Chapman. Numa entrevista por telefone, a produtora Katherine Serfian e o codiretor Mark Andrews falam do filme que estreia nesta sexta-feira no Brasil. Katherine diz que gostaria que Brenda tivesse assinado o filme sozinha, Andrews destaca o que há de revolucionário na cabeleira ruiva da obstinada heroína, tão boa de arco que participa da disputa que vai definir quem será seu marido.
ReproduçãoDesenvolvimento tecnológico da animação é consequência da nova era digitalizada do cinema. Animações estão cada vez mais perfeitas
Desenvolvimento tecnológico da animação é consequência da nova era digitalizada do cinema. Animações estão cada vez mais perfeitas

Como se isso não bastasse - a heroína que se disfarça, humilha os pretendentes, todos príncipes, e quase leva o reino à guerra -, a massa de cabelos ruivos de Merida (é seu nome) já virou um marco na história da animação, e por dois motivos. Pelo que representa, metaforicamente, e pelo desafio técnico que foi criar na tela aqueles fios esvoaçantes. Ruivas fogosas têm cruzado a tela, e a fordiana Maureen O'Hara e Rita Hayworth foram apenas duas delas. Maureen foi uma inesquecível irlandesa de maus bofes em "Depois do Vendaval" - Merida é escocesa, mas, sim, existem nela ecos da Mary Kate Danaher de John Ford. Quanto à técnica, os cabelos de Merida consumiram quase dois dos quatro anos que durou toda a produção e há outra cena com água que também monopolizou os técnicos e artistas da Pixar/Disney por mais um ano. O resultado impressiona, com certeza.

O desenvolvimento tecnológico da animação é uma das consequências da nova era digitalizada do cinema. As animações ficaram tão perfeitas que está cada vez mais fácil aceitar um rato como herói (Ratatouille). Praticamente não existe mais diferença da live action. É mesmo? Katherine faz a ressalva - "A diferença persiste, sim. Tudo o que se refere à vida vegetal e animal, aos cenários de Valente é de um realismo extremo e minucioso. Se tivéssemos filmado em live action, nada daquilo seria mais verdadeiro. Mas a heroína e seus pais, e os pretendentes, pertencem ao domínio da fantasia. Não existe gente como aquela de verdade, digo do ponto de vista físico. Se fosse para fazer uma animação 100% real, você pode estar certo de que nós, da Pixar, teríamos feito Valente em live action."

Embora seja uma companhia jovem, o sucesso da Pixar e seu impacto sobre as novas ferramentas da animação já levaram ao surgimento de vários livros contando a história do estúdio e tentando explicar seu extraordinário sucesso. A Pixar surgiu como divisão da Lucasfilm e só ganhou esse nome quando George Lucas, numa decisão que a revista "Total Film" definiu em 2004 como a sexta mais idiota da história do cinema, vendeu a Graphics Group, como se chamava, para Steve Jobs. Foi quando ela foi rebatizada como Pixar, uma combinação de 'pixel' com 'art'. Com a Pixar, a animação ingressou na era completamente computadorizada. A ideia era fazer arte com pixels. Como a molécula que constitui a matéria, o pixel é o elemento básico da construção da imagem digital. Ela é feita por camadas, num processo lento e delicado, explica Katherine.

Até chegar a fazer sucesso, a Pixar perdeu muito dinheiro de Jobs. Em 1991, associou-se à Disney para uma série de três animações. Foi assim que foram surgindo os marcos do estúdio - "Toy Story" (1, 2 e 3), "Carros" (o 1), "Up - Altas Aventuras". "Não conseguiria ser sucinto na tentativa de explicar o sucesso da Pixar", diz Andrews. "Seria precioso um livro inteiro só para isso, mas alguns elementos foram decisivos. O entusiasmo de John (Lasseter), que reuniu uma equipe jovem e motivada; o fato de ele delegar decisões e transformar cada projeto numa aventura ao mesmo tempo individual e coletiva - todos opinam e contribuem, mas quando o filme é seu, é seu; e finalmente, o tempo que é despendido nos roteiros. O de Valente trata da heroína que precisa se superar, para crescer emocionalmente, e da família que precisa superar seus traumas e medos."

Uma maldição transforma a mãe num urso, justamente o animal, em toda a criação, que o pai, o rei, mais odeia (e dedicou a vida a destruir). Forma-se a inusitada situação de a heroína ter de proteger a mãe do próprio pai, numa trama cheia de duplos e significados ocultos. Isso não corre o risco de transformar "Valente" numa narrativa para adultos, mais do que crianças? "A grande inovação da Pixar talvez tenha sido justamente buscar o crossover, fazendo filmes não apenas para crianças, mas para a criança que resiste nos adultos. Nossas histórias possuem um certo grau, não vou dizer profundo, mas complexo, de elementos e sentimentos. Tratam da perda, da dor, da superação. Isso é adulto? Com certeza. Mas as crianças dispõem hoje de mais informação que em qualquer época da história. Aos 5 anos, uma criança já sabe hoje mais do que um adulto de 50 no passado. O que ela ainda não sabe é processar as informações. Os filmes da Pixar oferecem ferramentas para isso. Valente é sobre uma garota que se autodescobre e amadurece", resume Andrews.

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