segunda-feira, 30 de março de 2015

Poema do místico sertanejo. SALUBA!

Avé luz incandescente.
Que alumia a escuridão repentina e rotineira dos homens.
Seu brilho encandeia as retinas fatigadas do sertanejo esperançoso.
Que vinga e resiste ao sofrimento seco da caatinga nossa de cada dia.
Lampião, sinônimo de luz, de sol de clarão.
De fogo.
Fogo de justiça incendiada no sertão do sofrimento.
Da fome litúrgica dos poetas que aliviam suas dores pelas palavras brandas e cautelosas.
Lampião!
Todos mortos.
Mortos covardemente pelas costas.
O bando de guerreiros bandidos heroicos.
De caboclos nordestinados cheios de devaneios complexos
Sentem a dor da queda.
Estacionam seus pensamentos em meio ao descanso eterno e incerto
Que só e real pelo laço incessante e preciso da fé.
Acordai... Acordai... Acordai.
Isso é apenas um dos inúmeros finais.
A luz incandescente pra sempre irá brilhar.
E nós, o que temos feito?
Será que nosso brilho pra sempre irá reluzir?
A chama...
A chama da vida que paira.
Reflete nas muitas e muitas vidas...
Secas.
Porém cheias de sonhos e esperança...
Esperança de águas puras e cristalinas.
E a vida ?
Ah essa já é um grande mistério!
Fábio Fernandes -Trecho de Mistérios da Rabeca/ Nova montagem da Eloy CIA Teatral )

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