Me chamo Fabio Fernandes, em 30/02 de
1986 eu nasci em Lajes no RN. Meus pais se chamam Raimunda e Francisco. Com
relação a minha infância, logo pequeno vivenciei um pouco a minha família na
cidade de origem, vivi em Lajes por pouco mais de 3 anos de idade, lembro de
brincar na praça, nos canteiros floridos e de assistir TV na praça em frente a
minha casa, na época era comum ter uma televisão nas praças, onde se reuniam
pessoas pra assistir jornais, filmes e novelas. Isso era normal, uma vez que
naquela época (década de 80) ter um aparelho de televisão a cores era artigo de
luxo, o mais básico assistia em tv preto e branco.
No inicio dos anos 90 fui com minha família pra Assu. Meus pais sem qualificação e estudos pendentes e incompletos nos sustentavam com o que aparecia pra fazer, minha mãe sempre foi mulher do lar e meu pai fazia de tudo um pouco... Lembro que ele tinha um cachorro que se chamava Lupe, e era domesticado, fazia coisas que é atípico para um cachorro normal, coisas como rolar no chão seguindo comandos do dono, fazer compras com o dinheiro na boca, rodava, andava com duas patas, fingia de morto... E uma memoria que me marcou foi quando esse cachorro morreu, meu pai sempre o soltava com a corrente amarrada no pescoço pra passear na noite, certa vez ele pulou o muro do vizinho, a corrente enganchou e ele morreu enforcado no lado do vizinho, lembro de ver meu pai triste, cabisbaixo enterrando o cachorro. Isso me fez sentir afeto pelos animais. Também era normal na minha infância brincar de circo no fundo do quintal, fazer palhaçada, brincar de esconde-esconde, jogar bola na lama, tomar banho de chuva com os amigos e vivenciar uma infância sem muita violência, drogas explicitas e também sem celulares. Certo que não tínhamos tanta informação como as crianças de hoje tem, porém vivíamos num nível de inocência maior. A vida era mais palpável, real e menos virtual.
Na TV era comum assistir desenhos animados e ir pra escola e comentar sobre os episódios e personagens, meu sonho era poder assistir animes na TV Manchete, pois só podia acessar esses canais se tivessem antena parabólica, outro objeto disputadíssimo, o rádio era nosso relógio e telefone mantinha-se como artigo de luxo. Conforme o tempo passou aprendi que hoje em dia as crianças não respeitam mais a hierarquia, não chama os mais velhos de senhor e senhora, não dizem obrigado, bom dia, boa tarde e boa noite e acima de tudo, não vivem na coletividade pois estão presas na ilusão da virtualidade, vivendo numa grande solidão.
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