O documentário As Dançadeiras de São Gonçalo, dirigido por Jorge Andrade, segue ampliando sua presença nos festivais brasileiros e integra a Mostra Potiguar da 12ª Mostra de Cinema de Gostoso, um dos encontros mais potentes do audiovisual do Brasil, realizado de 20 a 24 de novembro de 2025.
Além disso, o filme foi selecionado pela Mostra de Gostoso para integrar o programa Filmes Potiguares, exibido na plataforma Itaú Cultural Play, onde ficará disponível gratuitamente entre 24 de novembro e 9 de dezembro.
Com 16 minutos de duração, o documentário registra a tradição da Dança de São Gonçalo, mantida há gerações pelas mulheres da comunidade quilombola Pêga, em Portalegre (RN). No estado, apenas os quilombos Pêga e Arrojado, ambos de Portalegre, preservam essa manifestação, o que torna o registro ainda mais necessário.
A obra se distingue por sua construção estética: em vez de recorrer a narrativas que enquadram territórios quilombolas sob o signo da falta, da dor ou da ausência, o filme propõe uma escuta sensível, construída a partir do afeto, do pertencimento e da escolha política de celebrar a vida, a fé e a continuidade das tradições.
“A dança é um pedaço vivo da história delas. Registrar isso é preservar a memória de uma tradição que existe há gerações e que só continua graças à força dessas mulheres. Buscamos compreender o que motiva cada uma delas a continuar dançando. Mais do que registrar a tradição, queríamos revelar tudo o que carrega sentido e que resiste, mesmo quando não é dito. É uma grande felicidade ver essa história chegando a mais pessoas”, diz o diretor Jorge Andrade.
Lançamento com escuta e cuidado
Agora, As Dançadeiras de São Gonçalo inicia uma etapa de divulgação mais ampla, com exibições públicas e participação em eventos culturais, reafirmando a importância de colocar em evidência vozes que historicamente foram silenciadas, desta vez, em seus próprios termos.
O filme acompanha as mulheres do quilombo Pêga a partir de seus próprios tempos, escolhas e formas de narrar, valorizando o que elas afirmam sobre si, e não aquilo que o olhar de fora costuma supor.
A professora quilombola Ielândia Jacinto, uma das participantes do filme, descreve a potência dessa construção:
“É tão grandioso ver um trabalho sem o manto de induzir o retrospecto da dor alheia. É tão lindo ver a história contada a partir de si, do lugar de fala, e falas de alegria, por saber contar quem é. É um trabalho construído e apresentado com muita ética, respeitando a história de nossas vidas, evidenciando a nossa força e coragem.”
No cenário nacional, a obra circula por outros eventos, como a 7ª Mostra Cinema dos Quilombos, em Belo Horizonte, que acontece em dezembro.
Ampliando ainda mais o acesso ao público, o documentário também foi selecionado pela Mostra de Gostoso para integrar o programa Filmes Potiguares na plataforma Itaú Cultural Play, onde ficará disponível gratuitamente entre 24 de novembro e 9 de dezembro.
O projeto valoriza narrativas internas, muitas vezes ausentes das representações oficiais.
A obra conta com apoio do Sebrae-RN (Edital de Economia Criativa) e da Prefeitura de Portalegre, via Lei Paulo Gustavo.
DISPONIVEL EM:
https://blogdouly.com.br/documentario-potiguar-amplia-circuito-em-festivais-e-chega-ao-streaming/
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