Surgido no final do século XVIII até meados do século XIX, o Romantismo além de um movimento artístico tambem se identificava como intelectual, buscou desafiar os valores clássicos e racionalistas do período neoclássico e tambem do Iluminismo. Esta corrente enfatizava a individualidade, a emoção e a natureza, revelando um profundo fascínio pelo passado, pelo exótico e pelo sobrenatural.
É sabido que o Romantismo emergiu em uma época de intensas mudanças sociais e políticas. Sendo nitida sua influencia pela Revolução Francesa e pela ascensão dos movimentos nacionalistas, o movimento se expandiu pela Europa como uma resposta ao Classicismo e ao racionalismo iluminista, buscando em sua essencia libertar a arte das restrições da razão, valorizando o instinto, a imaginação e a subjetividade.
Os românticos rejeitavam os preceitos de equilíbrio e harmonia que definiam o Classicismo, adotando uma visão mais espontânea e emocional da criação artística. Esta ruptura refletiu-se nas obras de literatura, pintura e música, marcando uma transição para a exaltação da liberdade individual e da subjetividade.
A pintura romântica pode ser dividida em duas fases: a primeira, chamada de pré-romântica, ocorre ao lado das estéticas do Pitoresco e do Sublime com Alexander COZENS (1717-1786), responsável por teorizar a pintura paisagística inglesa do período, John CONSTABLE (1776-1837), Joseph Mallord William TURNER (1775‑1851) e William BLAKE (1757-1827); o suíço Johann Heinrich FÜSSLI ou FUSELI (1741-1825) e o alemão Caspar David FRIEDRICH (1774-1840) e entre outros. A segunda fase por sua vez, chama-se Romantismo histórico, esta ocorre simultaneamente com a visão Neoclássica e após o ciclo napoleônico, aproximando-se também de movimentos anteriores em uma visão revivalista.
Pintores como Caspar David Friedrich e J.M.W. Turner capturaram paisagens majestosas e cenas intensamente emocionais, criando imagens que evocavam tanto o poder quanto a fragilidade da natureza.
Friedrich, por exemplo, pintava cenas que transmitiam uma sensação de isolamento e introspecção, enquanto Turner usava cores vibrantes para explorar a energia da natureza.
Atração pelo Grotesco e pelo Fantástico
Artistas como Francisco Goya, em obras como Saturno Devorando seu Filho, revelaram o lado sombrio do imaginário romântico. Essas obras refletem um fascínio pelo grotesco e pelo bizarro, desafiando as convenções de beleza e harmonia.
Características do Romantismo
O Romantismo destaca-se por características que permeiam várias expressões artísticas. Entre elas:
1. Exaltação da Natureza
A natureza foi retratada de forma grandiosa e misteriosa, simbolizando o espírito incontrolável da criação e das emoções humanas. Artistas e escritores românticos exploraram paisagens selvagens e climas intensos para refletir a liberdade e o poder da natureza.
2. Individualismo e Emoção
O caminhante sobre o mar de nuvens. 1818 - Caspar David Friedrich
O Romantismo exaltava a importância do indivíduo, suas emoções e experiências pessoais. A introspecção e o sentimento são temas centrais, com uma ênfase na busca pela essência humana e na conexão com as próprias emoções.
3. Fascínio pelo Exótico e Sobrenatural
Houve um grande interesse por temas sobrenaturais e exóticos, abordando elementos como o mistério, o folclore e o misticismo. As narrativas góticas e histórias de terror tornaram-se populares, simbolizando o desconhecido e o inexplorado.
The Colossus c.1808 - Francisco De Goya
4. Nacionalismo e Valorização das Origens Culturais
Enfim, O Romantismo incentivou uma valorização das culturas nacionais, do folclore e das tradições locais. Sendo um movimento que inspirou artistas a explorarem temas históricos e mitológicos de seus países, promovendo uma visão romântica do passado.
Características gerais do romantismo pra não esquecer e esquematizar nos estudos sobre o tema:
- Sentimentalismo: supervalorização das emoções pessoais, com destaque para a melancolia.
- Subjetivismo: oposto ao objetivismo, há valorização das sensações do ser humano e da liberdade de pensamento.
- Egocentrismo: foco no indivíduo, que passa a ser o centro das atenções.
- Escapismo: desejo de evasão para escapar da realidade como ela se apresenta, criando um mundo idealizado.
- Idealizações: idealização da sociedade, do amor e da mulher, buscando uma realidade diferente.
- Oposição ao modelo clássico: valorização da arte popular e folclórica, oposta à arte erudita da antiguidade clássica.
- Nacionalismo: forte exaltação da natureza e da pátria, com temas relacionados com a grandiosidade da natureza e o sentimento de pertença.
- Retorno ao passado: a Idade Média passa a ser a referência para os artistas, que apreciavam as tradições e a fé humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário