quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Poesia By Lidiane Bl@n¢h3tT


Velório

...Choravam cúpulas de vidro,

Debruçadas, por vezes,

Em meio a olhares compreensivos.

E por vezes, deixavam escapar uma só lágrima,

Que jurei já ter se esgotado antes.

Olhei velas e um corpo imóvel,

Enquanto alguém falara suas últimas palavras.

O que arrancara mais comoção,

Ainda mais que o possível.

Não pensei na morte como aquele alívio,

E sim, como a verdadeira solidão.

Lembrei-me de abraçar um ser sem combate,

E nada dizer, a não ser...

Dando um pouco de calor de minhas mãos,

As suas palmas frias e covardes.

Imaginei a mim mesma,

Deitada em sono profundo;

Sem cor, e com algo como um véu,

Impedindo que moscas me sentissem antes do tempo.

Confesso, perturbei a mim mesma.

Não desejo ir!

Não espero que deixe-me ir...

Tão incompreendida... E tão só!

(Lidiane Bl@n¢h3tT)

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