O poeta assuense Renato Caldas (08.10.1902-26.10.1991) é considerado o maior representante da poesia matuta norte-rio-grandense. Comparado a nomes como Catullo da Paixão Cearense e Zé da Luz, Caldas conseguia, de modo simples e espontâneo, abordar temas como o amor, a vida no meio rural, a simplicidade do homem do campo, a natureza e a beleza feminina. Recebeu a alcunha de “O poeta das melodias selvagens” por causa da rudeza e originalidade de seus versos. A obra mais conhecida do poeta chama-se Fulô doMato (1940).
O nosso “poeta das melodias selvagens”, concentrou sua poética na valorização do regional, representando em uma linguagem “rudimentar” as características de um povo sertanejo. “Tinha na sua paisagem e até no lado grotesco do seu povo os motivos permanentes de sua poesia”. O meio rural, a natureza e a beleza feminina são temáticas que permeiam boa parte de suas obras. Vamos encontrar na figura invulgar de Renato um homem de temperamento expansivo e um grande colecionador de momentos felizes mesmo quando em situações adversas. Assim como era a poesia, a boemia e a cantiga popular também faziam parte de sua vida como todo o componente do seu ser. Coincidindo com a sua irrequieta personalidade, seus poemas refletem a imagem de um poeta boêmio e ousado que sempre esteve acima do cárcere da vida açuense e da opinião alheia. Dessa personalidade indomável, emana uma poesia movida à paixão dos valores nordestinos, onde o poeta faz comoventes evocações de sua terra de origem, em uma mistura de memória e sentimento telúrico que demonstram o exacerbado amor que tem pelo Assu, sua terra natal.
Renato Caldas sendo admirado pelo Professor Aldo Cardoso (um dos incentivadores do teatro pra mim)
A exaltação à beleza e o desejo do homem simples, que ama e que sofre, são expressos em versos como:Fulo do Mato, Rebuliço, Lagoa das Moças entre outras que fizeram deste poeta uma das maiores referências da poesia do Rio Grande do Norte.
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