Invention of Love é um curta escrito e dirigido, entre 2009 e 2010, pelo russo Andrey Shushkov.
O curta conta a história de um casal que vive em um mundo feito de engrenagens, no qual até a beleza da natureza é substituída por ferros, mecanismos, parafusos e engrenagens.
Toda a história é contada em contraluz, com efeitos de sombra que deixam o trabalho sóbrio, bonito e romântico.
Outra característica importante é a bela trilha sonora, feita por Polina Sizova e Anton Melnikov. É ela a responsável por construir uma melancolia sob medida para a história.
O curta é uma crítica a maneira como a modernidade transforma os laços simples de convívio pessoal, dando mais importância a forma, prática e funções que devem ser desenvolvidas socialmente, do que na própria existência humana, nas relações e sentimentos dos indivíduos.
Outra crítica presente é a relação dessas máquinas com a natureza, realizando de maneira bela um velho discurso, mais atual do que nunca, sobre até onde podemos ir em busca do nosso desenvolvimento.
No entanto, esse não é o tema principal do curta, basta prestar atenção ao título para percebemos que a intenção da história é tentar responder uma pergunta: O amor pode ser criado?
Somos frutos do nosso meio, com um determinismo cultural que se impõe à nós?
A sociedade e a cultura constroem sentimentos? Em um mundo de máquinas, ausente de relações pessoais significativas, e baseado em uma comunicação cada vez mais virtual, podemos desenvolver sentimentos como o amor?
Até onde o amor não é inventado?
São essas as questões que Invention of Love levanta, sem ser cansativo, chato ou ideológico. A maneira como a história é apresentada nos mostra muito mais sensibilidade, tristeza e agonia, do que um discurso ideológico.
Uma linda história, em um lindo curta, com cores e traços maravilhosos.
Site oficial de Andrey Shushkov, aqui.
Deleitem-se:
Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/sem_receita/2012/07/curta-invention-of-love-um-metafora-para-a-modernidade.html#ixzz22LCdc3m6
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