Certo
dia na floresta
Um
incêndio aconteceu
Disseram
que foi o homem
Que
esse fato sucedeu
Vou
contar bem detalhado
Como
o fogo ocorreu.
Começou
numa fagulha
Que
um cigarro apresentou
Bem
no mêi do mato seco
Que
a piúba então tocou
Aos
poucos o fogaréu
Na
floresta se formou
Logo
logo a correria
Pelos
bichos lá na mata
Tava tudo assustado
Como
o fogo se alastrava
Quanto
mais passava o tempo
Mais
a chama se aumentava
De
um lado para o outro
Foi
grande a correria
Era
peba-tatu e téjo
Onça,
cobra e até gia
Corre-corre
era fatal
Uma
grande agonia
No
meio do corre-corre
Um
pequeno animal
Fazia
a rota inversa
Voltava
pro matagal
Os
bichos não entendiam
Aquele retorno fatal
Um
pequeno beija-flor
Voltava
apavorado
Com
o bico cheio d’água
Parecia
tão cansado
Gotejava
na fogueira
Tava
sendo ameaçado
Depois ele retornava
Ao riacho a pegar água
Com o seu pequeno bico
Já não mais se apavorava
Retornava a fogueira
E os poucos se apagava
Bicharada percebeu
A ação do beija-flor
-Deixa disso passarinho
Alertou
o Dom. castor
É
loucura apagar fogo
Porque
ele se alastrou
O
macaco atordoado
Não
entendeu o pequeno
Voando
pra todo lado
Enfrentando
aquele incêndio
Pulava
de galho em galho
E
via bicho morrendo
Logo
o macaco pensou
-
Eu não posso entender
Que
um pequeno beija-flor
A
mata quer socorrer
Largue
disso pequenino
Pois
assim tu vai morrer.
Rastejando
o jacaré
Com
tamanha covardia
Sabia
que até na água
Tava
ruim de moradia
Pois
o fogo apertava
Por
toda a cercania
Velha
onça ali fugia
E
levava a família
Nesse
momento a brabeza
Té
então não existia
Valentia
da felina
Até
ela esquecia
Cascavel,
surucucu
Jararaca
e sucuri
Rastejavam
tão ligeiro
Com
ajuda do sagui
Era
presa e predador
Tudo
tentando fugir
Tamanduá
bandeira
Foi
embora com as formigas
Já
perdera o apetite
Por
aquelas pequeninas
Um
incêndio na floresta
As
tornaram mais amigas
Enquanto
o fogo pegava
Beija-flor
continuava
A
tentar conter o fogo
Mais
e mais se espalhava
Pegar
água com o bico
O
pequeno não cessava
Javali
não aguentou
Beija
flor interrogou
Pare,
pare pequenino!
Fogaréu
não se apagou
Esse
fogo é gigantesco
Ou
será que não notou?
-
Me desculpe beija-flor!
Devo
entrar nessa porfia
Pra
dizer que o javali
Tem
razão no que dizia.
Disse
o lobo atrevido
Que
então se intrometia
-
Somos todos bem maiores
Podemos
cessar o fogo
Mas
decidimos fugir
Ao
fazer papel de bobo
Saiba
que é impossível
De
você virar o jogo
O
pequeno beija-flor
Logo
resolveu falar
-
Sei que sou bem pequenino
Para
o fogo apagar
É
uma missão difícil
Isso
posso confirmar
Mas
no meio do incêndio
Todos
estão a correr
Fugindo
com todo espanto
Pra
poder sobreviver
Eu
não tenho porte grande
Pra
esse fogo conter
Com
o meu pequeno bico
Vou
ao riacho pegar
Suaves
gotas de água
Para
o fogo apagar
Eu
arrisco minha vida
Para
a de todos salvar
Todo
mundo percebeu
Que
o pequeno voador
Sozinho,
quem reagiu
Ao
fogo devorador
Para
a fauna, covardia.
Orgulho
do beija-flor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário