Aqui entre os rochedos
Planto uma nova história.
Numa terra tão deserta
Que é digna de glória
Dou inicio a uma fazenda
Que ficará na memória.
Abro então o meu terreno
Ao povo necessitado
Gente brava, lutadora.
De presente e passado
O Rio Grande do Norte
É o chão presenteado
Entre as pedras e lajedos
Inicia a empreitada
Adentrando a caatinga
Por nós admirada
Será Lajes, a querida.
Uma terra encantada.
Bem próximo ao cabugi
Referencia importante
A cidade foi crescendo
E ficando elegante
Região localizada
Na barriga do elefante
A terra do Cabugi
Pro caixeiro viajante
Abrigava com carinho
Esse povo tão marcante
No inicio da historia
Se torna bem importante
Na união caixeiral
No caminhão da cobal
Nos trilhos desse progresso
O crescimento é geral
Aqui passa BR
Chegando lá em até Natal
Lá no mercado central
Tem muita mercadoria
Tem bebo chato roendo
Meiota de noite e dia
Pode até não ter dinheiro
Mas não falta alegria
Por aqui também viveu
Homens de grande valor
Como Raul Capitão
Papa Sebo, aboiador
E coronel Juvenal
Outro grande morador
Dona Nonosa, Carolina
Totó de Sebo e Paixão
Como o brilhante Beluca
Que é sem comparação
Vou citar até mais gente
Quelé e Chico Pilão
Minha terra tem idoso
Com grande desenvoltura
Que preserva a família
Popular e com bravura
O Senhor e a senhora
Fazem parte da cultura
Itaretama, lugar
de pedras.
Bem na região
central
Nas trilhas da
ferrovia
Levava pedras de
sal
Para vários os
lugares
Saindo lá de
Macau
Politicamente
séria
A cidade
aumentando
Crescendo
pra todo lado
De vagar se
completando
Pois a mulher
pioneira
Foi Alzira
Soriano
Arrebentou o
machismo
Mostrou que a
mulher podia
Ter voz em meio
a todos
Com grande
sabedoria
Representou
nossa terra
Com tamanha
maestria.
Primeira
prefeita eleita
Mostrou que a
mulher é forte
Também pode se
mostrar
Competência sem
ser sorte
Nas paginas de
nossa historia
Honra o Rio
Grande do Norte
Desse tempo para
cá
Muita coisa
aconteceu
Os trilhos da
ferrovia
A ferrugem
envelheceu
Não há mais
pedras de sal
Mas ninguém se
esqueceu
Aqui as vezes
faz sol
Aqui as vezes
cai chuva
Aqui é uma terra
árida
Montanha de bico
pontuda
E o povo sempre
clamando
Pedindo a deus
que acuda
A serra do feiticeiro
O pico do cabugi
Bico torto e
Caraúbas
São terras que
tem aqui
Barreiras e
salgadinho
Lembranças de
que vivi
Uma infância
diferente
Celular não
tinha não
Brincadeira lá
na praça
Com uma
televisão
Chico Pereira
vigia
Com um chicote
na mão
Na cidade do
lajedo
Agua veio com
fartura
Deixando de ser
salobra
Para toda
criatura
Viva aquela
adutora
E também a água
pura
A cidade enfim
cresceu
Muita coisa
acontece
Pessoas aqui
visitam
Alguns até com
prece
Agradecem por
viver
Nessa terra do
Nordeste
Quem diria que a
terrinha
Seria lugar
querido
É solo abençoado
Um povo forte e
amigo
Sou feliz em ser
lajenses
Isso eu digo e repito.
Lajes e sua
grandeza
Não cabem aqui
no cordel
Transcrevi com
poucos versos
O que sinto pro
papel
Essa terra é
poesia
É o ouro do anel
E se acaso me
encontrar
E eu negar o meu
lugar
Eu vou ter que
te falar
Pra você
memorizar
Lajes é a poesia
É riqueza
potiguar.