quarta-feira, 13 de novembro de 2019

LAJEDOS DE MIM



Aqui entre os rochedos
Planto uma nova história.
Numa terra tão deserta
Que é digna de glória
Dou inicio a uma fazenda
Que ficará na memória.

Abro então o meu terreno
Ao povo necessitado
Gente brava, lutadora.
De presente e passado
O Rio Grande do Norte
É o chão presenteado

Entre as pedras e lajedos
Inicia a empreitada
Adentrando a caatinga
Por nós admirada
Será Lajes, a querida.
Uma terra encantada.

Bem próximo ao cabugi
Referencia importante
A cidade foi crescendo
E ficando elegante
Região localizada
Na barriga do elefante



A terra do Cabugi
Pro caixeiro viajante
Abrigava com carinho
Esse povo tão marcante
No inicio da historia
Se torna bem importante

Na união caixeiral
No caminhão da cobal
Nos trilhos desse progresso
O crescimento é geral
Aqui passa BR
Chegando lá em até Natal

Lá no mercado central
Tem muita mercadoria
Tem bebo chato roendo
Meiota de noite e dia
Pode até não ter dinheiro
Mas não falta alegria

Por aqui também viveu
Homens de grande valor
Como Raul Capitão
Papa Sebo, aboiador
E coronel Juvenal
Outro grande morador

Dona Nonosa, Carolina
Totó de Sebo e Paixão
Como o brilhante Beluca
Que é sem comparação
Vou citar até mais gente
Quelé e Chico Pilão

Minha terra tem idoso
Com grande desenvoltura
Que preserva a família
Popular e com bravura
O Senhor e a senhora
Fazem parte da cultura

Itaretama, lugar de pedras.
Bem na região central
Nas trilhas da ferrovia
Levava pedras de sal
Para vários os lugares
Saindo lá de Macau

Politicamente séria
A cidade aumentando
Crescendo pra  todo lado
De vagar se completando
Pois a mulher pioneira
Foi Alzira Soriano

Arrebentou o machismo
Mostrou que a mulher podia
Ter voz em meio a todos
Com grande sabedoria
Representou nossa terra
Com tamanha maestria.

Primeira prefeita eleita
Mostrou que a mulher é forte
Também pode se mostrar
Competência sem ser sorte
Nas paginas de nossa historia
Honra o Rio Grande do Norte

Desse tempo para cá
Muita coisa aconteceu
Os trilhos da ferrovia
A ferrugem envelheceu
Não há mais pedras de sal
Mas ninguém se esqueceu

Aqui as vezes faz sol
Aqui as vezes cai chuva
Aqui é uma terra árida
Montanha de bico pontuda
E o povo sempre clamando
Pedindo a deus que acuda

A serra do feiticeiro
O pico do cabugi
Bico torto e Caraúbas
São terras que tem aqui
Barreiras e salgadinho
Lembranças de que vivi

Uma infância diferente
Celular não tinha não
Brincadeira lá na praça
Com uma televisão
Chico Pereira vigia
Com um chicote na mão

Na cidade do lajedo
Agua veio com fartura
Deixando de ser salobra
Para toda criatura
Viva aquela adutora
E também a água pura

A cidade enfim cresceu
Muita coisa acontece
Pessoas aqui visitam
Alguns até com prece
Agradecem por viver
Nessa terra do Nordeste

Quem diria que a terrinha
Seria lugar querido
É solo abençoado
Um povo forte e amigo
Sou feliz em ser lajenses
Isso eu digo e repito.

Lajes e sua grandeza
Não cabem aqui no cordel
Transcrevi com poucos versos
O que sinto pro papel
Essa terra é poesia
É o ouro do anel

E se acaso me encontrar
E eu negar o meu lugar
Eu vou ter que te falar
Pra você memorizar
Lajes é a poesia
É riqueza potiguar.

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