quarta-feira, 30 de julho de 2025

10 filmes para relembrar a carreira de Hector Babenco


O diretor Hector Babenco, foi um dos maiores nomes da história do cinema nacional. Ele que fora indicado ao Oscar de melhor diretor pelo filme "O beijo da mulher aranha" (1985). Também dirigiu clássicos como "Pixote: A lei do mais fraco" (1982) e "Carandiru" (2003), tem grande contribuição na trajetoria do cinema .

Nascido na Argentina, em 1946, ele e se mudou para o Brasil aos 19 anos. Naturalizou-se em 1977. Em sua carreira, fez ao todo 11 longas-metragens. O primeiro deles, no entanto, foi assinado em codireção com Roberto Farias. Trata-se do documentário "O fabuloso Fittipaldi" (1973). 

Relembre, abaixo, os dez longas-metragens de ficção Hector Babenco:

'O rei da noite' (1975)
A estreia de Hector Babenco como diretor de ficção foi estrelada por Paulo José e Marilia Pêra.

O filme mostra a história de Tertuliano, o Tezinho, narrada por ele mesmo, desde sua infância até a velhice. Nascido em uma família paulistana tradicional, mas já arruinada, Tezinho tem de conviver com a doença mental do pai, o ocaso familiar e uma série de casos amorosos na trama que se passa em São Paulo, entre os anos 1920 e 1940.

Inicialmente, o protagonista devia se casar com uma jovem de quem tem de se separar a pedido dos pais dela. Depois disso, a mãe dele o aconselha a visitar três irmãs que procuravam um marido. A partir daí, passa a levar a uma vida boêmia e ainda se envolve com uma cantora de cabaré, tornando-se "o rei da noite".

'Lúcio Flávio, o passageiro da agonia' (1977)
Babenco leva para as telonas a história de Lúcio Flavo (Reginaldo Faria), um bandido que ganhou notoriedade nos anos 1970 pelos roubos a banco e as fugas espetaculares. Seis milhões de pessoas foram aos cinemas brasileiros para o ver o longa, que ainda tinha em seu elenco Ana Maria de Magalhães, Ivan Cândido, Milton Gonçalves e Grande Otelo.

Além de receber quatro indicações no Festival de Gramado, “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia” foi eleito o melhor filme pelo júri popular da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1977.

Baseado na obra homônima de José Louzeiro, “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia” marca o início da parceria entre o cineasta e o escritor e roteirista. Roteirista do filme, Louzeiro ainda escreveu o livro “Pixote -  A Lei do Mais Franco”, levado para as telonas em 1981 por Babenco.


'Pixote:  A Lei do mais fraco' (1981)
"Pixote: A lei do mais fraco" conta a história do garoto que faz parte de um grupo de crianças de rua que, depois de sofrer muito num reformatório, faz aliança com uma prostituta, papel de Marília Pera. “Pixote” foi indicado ao Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro.

Na vida real, "Pixote" acabou rendendo uma história trágica. O ator Fernando Ramos da Silva, que interpreta protagonista do filme, acabou não seguindo carreira. Sete anos após o lançamento do filme, ele foi assassinado por policiais em São Paulo.

José Louzeiro, autor do livro que inspirou “Pixote”, voltou ao assunto em “Quem matou Pixote?”, para contar a trajetória de abandono e violência policial e social que permeou a vida de Fernando.



'O Beijo da Mulher-Aranha' (1985)
Um dos principais trabalhos de Babenco, "O beijo da Mulher-Aranha" (1985) foi o único pelo qual o cineasta foi indicado ao Oscar de melhor diretor.

William Hurt recebeu o Oscar de melhor ator Sônia Braga e Raul Julia (“Família Adams”) também estavam no elenco. O filme também concorreu nas categorias de roteiro adaptado e de melhor filme.

Baseado no livro homônimo de Manuel Puig, o longa se passa num presídio de um país latino-americano. Na mesma cela estão Valentín Arrengui (Raul Julia), um militante de esquerda, e Luís Molina (William Hurt) um homossexual condenado por "corromper menores".

Ao longo das conversas, ora intimistas, ora politicamente engajadas, os dois vão desenvolvendo uma amizade.


'Ironweed' (1987)
Babenco foi a Hollywood para dirigir dois astros do cinema americano Jack Nicholson e Meryl Streep – e ambos foram indicados ao Oscar pelos trabalhos.

A produção conta a história do alcoólatra Francis Phelan e da ex-cantora de rádio depressiva Helen Archer. São dois sujeitos com problemas com bebida e muitos dramas no passado.

A trama se passa no fim dos anos 1930, em Albany, Nova York nos Estados Unidos. O país enfrentava na época os efeitos da Depressão econômica. Mas o que interessa aqui não é tanto o contexto histórico quanto os dilemas pessoais de cada um.

O longa é baseado no romance de mesmo nome escrito pelo autor americano William Kennedy. A obra ganhou o Prêmio Pulitzer, o mais respeitado da literatura americana.


'Brincando nos campos do Senhor' (1990)
Eu seu segundo trabalho em internacional, o cineasta novamente dirigiu astros do cinema americano, como Kathy Bates, Aidan Quinn, Tom Berenger, John Uthgow, Deryl Hannah e o cantor e ator Tom Waits.

A trama se passa na floresta amazônica brasileira e mistura casais de missionários religiosos que querem converter os índios nativos e mercenários a serviços de exploradores da selva. 

Waits e Berenger são os mercenários, sendo que este último se arrepende do serviço e resolve se embrenhar no meio do mato. Já Lightow e Hannah interpretaram o casal mais experiente que mora no local. Quinn e Bates acabam de chegar e trazem o filho pequeno na bagagem.

O elenco tem ainda atores brasileiros, como Stênio Garcia, que faz um líder indígena, Nelson Xavier, que vive um padre, e José Dumont, um explorador.



'Coração iluminado' (1998)
O longo hiato entre este o longa anterior de Babenco se explica pelo câncer do qual o diretor teve de se tratar. Na época, fez transplante de medula para se curar e por isso ficou afastado do trabalho.

Ao retornar, com "Coração iluminado", conseguiu ser indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, o mais prestigioso do cinema de arte internacional.

Coprodução de Brasil, Argentina e França, o filme se passa em Buenos Aires, cidade natal doe Juan, o protagonista e para onde ele volta após 20 anos morando fora. O motivo era visitar o pai doente, só que nesta volta ele acaba descobrindo que um amor do passado, Ana, esta viva. Nesta busca, acaba encontrando a misteriosa Lilith, por quem se apaixona.

Babenco admitia que o roteiro era autobiográfico, inspirado em um caso que aconteceu com ele próprio na década de 1980.



‘Carandiru’ (2003)
Outro filme baseado em uma obra literária “Carandiru” é inspirado em “Estação Carandiru”, do médico Drauzio Varella, que trabalhava no presídio durante o massacre ocorrido em 2 de outubro de 1992. Nesse dia, polícia invadiu a casa de detenção localizada em São Paulo para conter uma rebelião. Matou 111 presos na ação.

O drama narra o cotidiano da prisão, como a atuação de Varella (Luis Carlos Vasconcelos) em uma campanha de prevenção à Aids. O elenco é recheado de estrelas, como Rodrigo SantoroMilton GonçalvesWagner MouraLázaro RamosCaio Blat e Milhem Cortaz. E conta com as participações especiais de Rita Cadillac e o rapper Sabotage.

A história do massacre levou dez milhões de expectadores aos cinemas do Brasil e fez o filme concorrer à Palma de Ouro em Cannes.



'O passado' (2007)
O filme é estrelado pelo galã mexicano Gael García Bernal, que interpreta Rímini, um tradutor que acaba de se separar após um casamento de mais de uma década. Depois do divórcio, ele se envolve com Vera.

Um dia, Sofia tenta beijar Rímini à força, e Vera acaba morrendo atropelada ao ver a cena.

O protagonista, então, desenvolve uma misteriosa amnésia e se esquece dos idiomas, algo prejudicial em seu trabalho.

Quem o ajuda é a mulher com quem acaba se casando, Carmen, com quem tem um filho. Mas um dia eis que Sofia reaparece e sequestra o garoto.

O filme é baseado no cultuado livro de mesmo nome escrito pelo autor argentino Alan Pauls.



'Meu Amigo Hindu' (2015)


Babenco havia realizado um transplante de medula nos anos 1990 para tratar um linfoma linfático, do qual se curou. Da experiência nasceu o filme autobiográfico "Meu Amigo Hindu", sua última obra cinematográfica, lançada em 2015.

A trama mostra Diego (Willem Dafoe), um diretor com câncer em estado terminal que passa por uma crise. Quando confrontado pela Morte (Selton Mello), Diego expressa apenas um desejo: realizar mais um filme.

As coincidências entre a história do filme e da vida de Babenco não se resumem apenas ao enredo do filme. Diego, assim como Babenco, foi se tratar nos Estados Unidos. É daí que surge o título do longa.

Ele é uma referência a um garoto indiano, que passa pelos mesmos procedimentos que Diego, nos EUA. Juntos, os dois encontram uma saída lúdica para enfrentar a doença.


Disponivel em:

G1 - Hector Babenco: 10 filmes para relembrar a carreira do cineasta - notícias em Cinema


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