domingo, 2 de janeiro de 2011

Arte Potiguar - (Cosmofagitas)

Queria desta vez, destacar um grupo que atua nas vertentes da arte contemporânea; Os Cosmofagitas , com uma linguagem rebuscada e subjetiva, propõe ao público diversas possibilidades de leituras em sua obra.
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O Coletivo Cosmofagitas surgiu em 2009 a partir a inquietação de três amigos: Josie Pessoa, Jota Mombaça e Sussa Rodrigues. O primeiro trabalho realizado pelo grupo foi a intervenção urbana “Correria”, que contou com a participação de Babi Baracho, Pc Gurgel, Izabela Câmara, Jackson David, além dos 3 integrantes do coletivo. A intervenção foi aprovada no XIII Enearte em Salvador. Tempos depois os três amigos se reuniram e decidiram trabalhar mais a fundo com a linguagem áudio-visual e fizeram o “Chá da Tarde”. O vídeo-arte foi convidado a participar do prospecta 2010. Além do “chá da Tarde” também fizeram o “Experimento câncer”, que contou com a participação de Babi Baracho, Elis Pinheiro e Ian B. uma intervenção que posteriormente virou vídeo e o video-arte “Que Bom se Ele Soubesse” que participou do XIV Enearte em Ouro Preto.
O coletivo esta desenvolvendo um pesquisa intitulada por eles de “cine-improviso”, que consiste em criar, escrever e filmar durante um pequeno intervalo de tempo utilizando apenas aquilo que estiver ao alcance no momento de criação. O cine-improviso tem influências no cinema marginal, no dogma 95, no cinema olho do diretor soviético precursor do vídeo-arte, Dziga Vertov e na famosa frase de Glauber Rocha “Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”.
Além da parte áudio-visual também temos o Zaragata que é um pedaço de pele do Cosmofagitas que vem pesquisando temas sócias e demonstrando através da dança e da performance. O trabalho do Zaragata se chama “Aboio”, um experimento sem fim.

A mais recente produção do grupo é o vídeo-arte “Que bom se ele soubesse”, que de início buscou uma produção mais planejada, no entanto acabou por se desenvolver dentro da pesquisa já decorrente no grupo. Trata-se de um quebra cabeça com uma narrativa inteiramente desconstruída onde o espectador se vê perdido na rotina entediante de um casal, rotina esta mais confusa ainda por se tratar de uma atuação inteiramente influenciada pela dança-teatro, ou seja, as personagens se movimentam de maneira à sempre fugir do óbvio, Joana Lourdes (personagem do vídeo) cozinha e anda através de uma releitura do espetáculo Café Muller de Pina Bausch precursora da dança-teatro, da mesma maneira ocorre o sufocamento de Roberto Ferdinando, outro personagem da trama.
O vídeo é cheio de referências desconstruídas, entre elas podemos destacar: Laranja Mecânica de Stanley Kubrick. Também podemos identificar como referência as novelas bregas mexicanas.
Por fim nos deparamos com um vídeo que tenta passar o tédio de uma rotina, a confusão existente no se adaptar ao outro, porém não suportar mais sua companhia e ficar junto sem entender o porquê e por fim o quão o amor é brega e tolerável.

Conheça os Cosmofagitas


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