segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

POR MAIS LEITURA, POR MAIS MATURIDADE

 por alexia g. alves 
Com uma média de leitura baixa, a atual realidade dos vestibulares escolhe obras que muitos não têm experiência para ler. É preciso passar por diversas fases de leitura para alcançar a maturidade necessária para ler nossos queridos Machado de Assis, Eça de Queirós...
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A média de leitura do brasileiro, segundo pesquisas do Ibope Inteligência, gira em torno de 4 livros ao ano. Apesar das oscilações anuais, tem sido uma média crescente, mesmo que vagarosa. Por isso, a escolha de um livro para um leitor jovem precisa ser muito consciente, é certo que existem livros para adultos extremamente maduros com gostos variados, assim, uma boa seleção é essencial para não afastar o leitor para sempre dos livros, ou da leitura.
Considerando nossa média e os clássicos da leitura do século XIX a XX, temos leitores experientes o bastante para a leitura de Machado de Assis? Temos leitores apaixonados dispostos à leitura de Eça de Queirós? Ou almas sensíveis para Carlos Drummond de Andrade?
Ler é embarcar em um mundo fictício cocriado pelo leitor, assinado pelo autor, seu poder atua na vida das pessoas de forma misteriosa, mas antes de embarcar nesse navio de fantasia é preciso que alguém nos carregue pela mão (até a livraria de preferência) e nos diga o que e como ler. Esse alguém pode ser os pais, avós, tios, professores... qualquer um que esteja disposto a ensinar os primeiros passos para voar no incrível balão da imaginação.
Podemos comparar a leitura a um jogo em que precisamos passar de fase em fase para conquistar mais experiência e ficar pronto para as fases mais complexas, só que além dessa experiência é possível obter mais conhecimento, criatividade, habilidade de raciocínio, enfim uma infinita lista de habilidades e vantagens que não caberiam neste artigo.
Todas as crianças deveriam ter a oportunidade de ler: Sítio do Pica Pau Amarelo, As Aventuras de Tom Sawyer, Alice no País das Maravilhas, Os clássico da literatura infanto-juvenil – aquela série de livros capa dura colorida dos anos 1970 – todos esses e muitos outros estimulam o gosto pela leitura. Ou mesmo as histórias românticas e adoçadas de Pedro Bandeira.
Mark Twain.jpgMark Twain


As aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain


Tom Sawyer nasceu publicamente em 1876, uma criança imaginativa, livre, aventureira, moral e inteligente. Nasceu em Missouri, tem características em comum com o próprio autor Samuel Clemens (verdadeiro nome de Mark Twain). Era um rapaz incapaz de viver na rotina, espirituoso e possuidor um forte sentido do bem e do mal. Tom é órfão e vive com sua tia Polly e primos e adora faltar à escola para ir pescar. Apesar de não conseguir, a tia faz o melhor que pode, tentando educá-lo e castigá-lo por suas rebeliões.
Passando a primeira fase adulta, nada melhor que um suspense cercado de mistérios, como Sherlock Holmes, Madame Bovary, Arsène Lupin, tudo com muitas pitadas de fantasia como As Brumas de Avalon, o polêmico Harry Potter, Senhor dos Anéis, Eragon... Obras de escritores mais contemporâneos também podem fazer parte dessa etapa. Enfim, milhões de obras que se encaixam nessa temática.
Maurice Leblanc.jpgMaurice Leblanc


A agulha Oca, de Arsène Lupin


Romance de Maurice Leblanc que narra a história de um roubo de antiguidades num castelo do interior da França. O ocorrido desencadeia uma perseguição intensa aos ladrões. Descobre-se que Arsène Lupin é o líder da quadrilha. A caçada ao ladrão tem a frente um jovem de 17 anos, inteligente e sagaz, tanto quanto o próprio Lupin, e, por isso, um opositor a temer. Mas, o jovem nem desconfia que não vencerá Lupin. Na realidade, estará apenas dando os primeiros passos para desvendar o mistério da Agulha Oca, conhecido apenas por Lupin.
Pronto! Temos um leitor com intimidade com a leitura e bastante voracidade para devorar os clássicos escolhidos pelos vestibulares, e assim, compreender, analisar, criticar e concluir a majestade de cada uma das obras.
Saramago.jpgJosé Saramago


Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago


Tudo começa com a cegueira repentina de um homem ao estar parado no sinal vermelho. A luz verde acende, o carro continua parado e o buzinaço atrás dele anuncia o pandemônio que estar por vir. O homem apavorado, dentro do carro, começa a gritar que está cego e ninguém entende o que está acontecendo. Sua cegueira é branca, um mar de leite é como ele a descreve. Saramago apresenta o que a gente vai percebendo aos poucos e confirma no final do livro: as reações do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono. A cegueira desse homem do semáforo se espalha e o governo identifica uma epidemia. O mundo não distingue os animais, pois os racionais passam a se guiarem mais pelo instinto. O mundo tende a extinção. Felizmente, tão de repente como veio, a cegueira se vai, restando a contemplação.
Infelizmente, a realidade de muitos brasileiros é a de baixa leitura e completo desgosto por ela. É necessário e urgente um estímulo à leitura, um projeto consciente de uma realidade em transformação.

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alexiaalves
Artigo da autoria de Alexia G. Alves.
Ler, reler, revisar, emocionar, escrever, chorar, rir: vida minha!.
Saiba como fazer parte da obvious.

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