quarta-feira, 15 de maio de 2013

A poética na arte caseira (desenho pré-póstumo)

Essas imagens estão fixadas no quarto da casa de meu avô, sempre as vejo e estas me comunicam uma espécie de poesia, estas imagens choram, sorrir e comunicam um lamento continuo e passageiro da vida. Busco tentar ver nesses signos configurados em rosas, uma natureza morta que cede a vida das formas vegetais. Estes desenhos foram feitos pouco antes de minha vó falecer em 2007, mas sinto que sua representatividade gera em mim uma catarse saudosista porém vitalicia.

Confira suas formas:






Ao entardecer - (por Lid Galvão)

Ao Entardecer





Se em nada me
desassossega
a superfície,
é porque agora
estou ao céu;
debruçada em
purpurina e
em ardor angelical
que a teima
em sua fala dita,
que em meus olhos
há malevolente
tentação. 

Arte Urbana no Passo da Patria - Natal-RN


Um  pouco de arte urbana: As imagens a seguir compõem uma série de grafith"s na comunidade do Passo da Pátria em Natal- RN. Esses registros imagéticos, revelam que a arte visual consegue contrastar a poética artística latente numa comunidade a margem da sociedade "elitista". 

Confira o belíssimo trabalho:









AS INCRÍVEIS TATTOOS DE XOÏL


por  
As tatuagens feitas pelo francês Xoïl podem ser facilmente reconhecidas pelo traço marcante proporcionado pelas técnicas que utiliza, como o grafismo e o estêncil, além de sua criatividade aguçada, dão a impressão de que a tatuagem foi estampada ou carimbada.
5796_631097250240598_1206628518_n.jpg
229727_225712550779072_117449854938676_1094384_6142744_n.jpg
tatuagem_Xoil_01.jpg
254798_235158403167820_117449854938676_1179242_4474807_n.jpg
tatuagem_Xoil_02.jpg
tatuagem_Xoil_03.jpg
Todas as tatuagens são exclusivamente criadas sob o traço marcante de Xoïl, elas deixam a clara impressão de que nunca foram feitas anteriormente. Xoïl trabalha em seu estúdio, Needles Side Tattoo, em Thonon les Bains, na França.
tatuagem_Xoil_05.jpg
tatuagem_Xoil_04.jpg
tatuagem_Xoil_14.jpg
tatuagem_Xoil_12.jpg
tatuagem_Xoil_16.jpg
tatuagem_Xoil_10.jpg
Sem dúvida, a obra de Xoïl representa uma vanguarda, pela criatividade aguçada, estilo único, e a maneira como relaciona sua criação com a realidade e com a arte em geral. Seu trabalho é famoso na Europa, e também em muitos lugares nas Américas. Em sua página no facebook, Xoïl, Needles Side TattOo, há muito mais sobre o seu portfólio incrível.
  3379  20 
 
  23

Artigo da autoria de João Lopes.
João Lopes é estudante de Direito, está tentando cultivar um canteiro, ainda não escolheu as flores, paulistano, gosta de ciências sociais e física quântica, não largou as poesias. .
Saiba como fazer parte da obvious.
COMENTÁRIOS

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mission Hill

Atualmente estou re-vendo a série animada Mission Hill. Me divirto assitindo e aprendo muito sobre os problemas pertinentes de sua temática. A série na minha singela opinião é muito interessante, pelo fato de não haver o "politicamente correto hipocrita" da sociedade de forma geral. Gosto muito dos personagens e de todos os episódios, essa no entanto é minha dica de série de animação.



Um pouco sobre Mission Hill

Mission Hill (inicialmente conhecida como The Downtowners) é uma série de desenho animado estadunidense, que foi ao ar pela primeira vez na The WB em 1999. Ainda que dezoito episódios tenham sido planejados, apenas treze foram produzidos. A série foi colocada em hiato pela WB depois de dois episódios, pela baixa audiência, retornando em 2000. Todavia, foi cancelada após quatro episódios adicionais. A série, então, desenvolveu um status cult, graças às exibições de todos os treze episódios no canal Teletoon, no Adult Swim e na TBS.
Tem sido popular, também, fora dos Estados Unidos e do Canadá, recebendo transmissões na Austrália, no Leste Europeu, na América Latina, na Espanha e na Nova Zelândia. Estilisticamente, a série é reconhecida pela sua paleta de cores clara, de tom neon, combinando uma mistura de animação moderna com desenhos cartoon.
A série foi criada por Bill Oakley e Josh Weinstein, ex-produtores executivos de Os Simpsons, e pela designer artística Lauren MacMullan. A Warner Home Video lançou todos os treze episódios em DVD em 29 de novembro de 2005.

Desenho animado indie sobre os irmãos French. O mais velho, Andy, um jovem cartunista que trabalha numa loja de camas d'água, mas procura ganhar a vida com seus desenhos. Seu irmão mais novo é Kevin, estudante dedicado que sonha em entrar em Yale. Eles e mais dois amigos de Andy, Jim Kuback e a macrobióta Posey Tyler, vivem em um apartamento. Kevin paga a escola com o dinheiro dos pais que moram em outra cidade. Junto com eles vive ainda o cão de Andy, Sapatão, que, entre outras coisas, come o sofá em um episódio, e vive babando, em todos.

Situada na cidade imaginaria de Cosmópolis, Mission Hill é o nome do bairro. O mais interessante do desenho é que ele mostra formas culturais, dentro da cultura americana, tal como Góticos, Hippies, Indies etc. E também mostra tipos sociais modernos, tais como gays, viciados, macrobióticos etc.
Nele existem também referências ao mundo pop alternativo musical e cultural, da geração MTV, com grande senso de humor, em geral negro. E mostra como é duro o caminho até a vida adulta, o que faz com que seja facilmente enquadrado na vida de muitos jovens de qualquer nação globalizada.
A música da abertura da série é Italian Leather Sofa da banda americana de rock indie, Cake. A música fala de um casamento no qual o marido não se importa muito com a esposa, mas ela continua com ele por este lhe dar "seios saudáveis que balançam no sofá de couro italiano". Música, na verdade, bastante interessante para está série, uma vez que ela mostra jovens que, mesmo em meio a tantos conflitos de intereses e desiluções, tentam seguir suas vidas sem se entregar à hipocrisia do mundo pós-guerra fria.

A primeira frase: uma leitura de Kafka e de outros escritores

 
Pegue um livro e leia a primeira frase. Este (nem sempre) breve conjunto de palavras tem um enorme peso em todos os outros que se seguirão até o último ponto. Contém traços do estilo de seu autor que, em certos casos, o elevam ao máximo. Alguns são mestres em criar frases para abrir suas obras e, em consequência disso, indispensáveis.
 
bolaño, garcia, hemingway, kafka, kerouac, literatura, marquez, philip, roberto, roth
© Jack Kerouac, 1956 (Wikicommons).
Francine Prose, autora de “Para ler como um escritor – Um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los” (2008, Jorge Zahar Editor), organizou . Sua maneira de ensinar análises e citar obras obrigatórias revela que para os iniciantes da arte da escrita a paixão é pedra fundamental. Uma das lições iniciais de seu livro fala sobre a insuperável importância da frase de abertura das obras. Grande parte dos escritores é apaixonada por construir belas frases, principalmente esta primeira, fundamental.
Prose aponta a leitura desacelerada e atenta como método para o trabalho estilístico - em alguns casos levado ao extremo – não passar despercebido. Dada a importância da primeira frase, é ela que evidencia o que será desenrolado pelo resto das páginas e define se o leitor seguirá até o fim.
Não importa o tamanho ou o rebuscamento; a frase pode tanto conter apenas quatro palavras como ser abarrotada de subordinações ordenadas em cascata. É ela que desencadeia o mistério, revela o estilo, introduz a trama, em suma, captura o leitor.
É notável como, de acordo com Prose, os autores dão importância a isso. Tanto os por ela citados como os escolhidos ao acaso. Jack Kerouac, escritor cerne da geração Beat, logo de cara joga o leitor no meio de suas andanças e peregrinações sem roteiro que, desenroladas, não acabam necessariamente com o fim do livro. Sem rodeios, Kerouac quer mesmo transmitir certa falta de noção em suas grandes viagens, e faz isso bela e energicamente, levando o leitor junto, sem lenço nem documento. Ernest Hemingway constrói com clareza quase infantil. Philip Roth entrega em poucas linhas as agonias de seus protagonistas. Escritores latinos, como Gabriel Garcia Marquez e Roberto Bolaño, iniciam normalmente com reflexões do personagem ou do ambiente em que estão. O leitor deve permanecer por algum tempo lendo até se encontrar - depois, não há mais como fugir.
bolaño, garcia, hemingway, kafka, kerouac, literatura, marquez, philip, roberto, roth
© Ernest Hemingway em sua casa em Cuba, 1953 (Wikicommons).
Com Kafka, segundo Prose, tem-se muito a aprender. Foi um exímio construtor de frases; um mestre das linhas de abertura – e das frases ao longo de todas suas obras. Buscava as doses certas nos momentos certos, logo, a frase primordial tornava-se de extrema importância para a sincronia do que viria a seguir.
bolaño, garcia, hemingway, kafka, kerouac, literatura, marquez, philip, roberto, roth
© Kafka, estátua em Praga, (Wikicommons).
Em A Metamorfose, obra largamente lida e estudada em todo o mundo , Kafka abre com “certa manhã, ao despertar de sonhos intranqüilos, Gregor Samsa encontra-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso.” Tão vastos são conteúdo e importância presentes apenas nessas poucas palavras que toda uma análise poderia ser construída sobre a curta introdução. Uma incógnita tão grande quanto a traição de Capitu na obra de Machado de Assis (outro escultor de frases) são as questões que se levantam em torno de Gregor Samsa: quem era, por que se tornara um inseto monstruoso e ainda que inseto monstruoso era esse. Atravessada a primeira frase e logo a primeira página, o caminho é um só.
 274  18
 
 7

mauricio de boni volta e meia é encontrado em livrarias admirando títulos e capas, e, esporadicamente, na cozinha criando coragem ao assumir experiências cada vez mais complexas (o mesmo ocorre com a escrita). Saiba como fazer parte da obvious.

Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/11/a_primeira_frase_um_ensaio_sobre_kafka_e_outros_escritores.html#ixzz2TJ3F50m8

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Antônimo (Lid Galvão)


 Naquele desligado horizonte,
Há uma nuvem de saber...
Que não cabe no mais enorme coração.
E este céu é o real firmamento...
De cores não existentes em nossos olhos,
De versão cauta verdadeira...

Neste cair da tarde,
Há apenas a essência do sonhar...
Do despertar do pesadelo.
O vento, então, não é apenas vento...
E sim, a esperança que pensara ter perdido,
E aquele respiro aliviado.

Você é este reconhecimento...
Eu, a dúvida na espreita,
E a repulsa em seus nervos...
Você é a verdade sobre a mentira;
Eu, aquele alvoroço de seu desespero,
Desperdiçando suas forças.

Sou o trago da sandice...
Que pensa apenas em surpreender.
Você... És a razão da persistência,
O ato de consolação...
O momento único.
Tens amor, eu desvairada paixão.

domingo, 12 de maio de 2013

HEMINGWAY, UM [QUASE] ESPANHOL


 por  

O premiado escritor Ernest Hemingway destaca, em mais de uma de suas obras, uma grande paixão pela cultura espanhola, em especial pelas touradas, o que rendeu-lhe a amizade de renomados "matadores" e o título de toureiro amador. Neste post, um pouco de tudo o que obtive de seu último grande livro, "O Verão Perigoso", de 1959.

ernest-hemingway02.jpg
Volto no tempo apenas um mês e estava eu com a cabeça encostada no travesseiro e entre as mãos a leitura de "O Verão Perigoso", a última obra publicada do grandioso Ernest Hemingway. Voltando ainda mais, e tentando, quem sabe, justificar essa, talvez, leitura tardia, passei a estudar e "curiar" melhor esse escritor ao assistir o filme de Woody Allen, "Meia Noite em Paris", o qual também me rendeu uma publicação aqui no Depositório.
Apesar de mais um referência ao cinema de Allen, o foco deste post é um detalhe comum ao referido romance (que, na realidade, não é, somente, detalhe algum) e inerente ao seu premiado autor: nada menos que o amor incondicional de Ernest por tudo relacionado à Espanha e, mais especificamente, às touradas. Críticas à parte sobre os maltratos aos animais, por mim, inclusive, compartilhadas, o conhecimento de Hemingway no assunto fez desse mestre das palavras um toureiro amador, rendeu-lhe mais de um livro (um outro, “O Sol Também se Levanta”, um de seus maiores sucessos), trouxe-lhe ainda mais fama e prestígio ibérico e – para finalizar essa lista, prematuramente, diga-se – a amizade de dois dos maiores “matadores” do seu tempo: Luis Miguel Dominguín e Antonio Ordóñez.
É na companhia desses dois, notadamente do segundo, que Hemingway expressa, por meio das letras dispostas em “O Verão Perigoso”, o seu fascínio pelo universo das touradas (numa época em que tal prática ainda era considerada arte vinculada ao costume, especialmente no sul daquele país), da culinária, do povo, das festas típicas e dos atrativos naturais espanhóis. Dá gosto ler tanta vontade de viver e imaginar a alegria com a qual o autor percorria à carro as estradas de Granada, Málaga, Marbella, Pamplona, Bilbao, Madri e Barcelona, em companhia dos amigos toureiros, durante a temporada de touradas no verão de 1959. Difícil ler, imaginar e entender que pouco tempo depois o célebre escritor cometeria o suicídio.
A obra que destaco nestes parágrafos é também por mim considerada leitura obrigatória para quem deseja conhecer as riquezas do sul da Espanha. A descrição das paisagens, estradas, vinhos, refeições, praias, hotéis e cidades é tão rica que, deixando-me levar pela euforia deste post, essa obra literária serve também como um excelente guia comentado (que, por favor, não me interpretem relegando este grande livro de não-ficção a um mero folheto de viagem).
Hemingway viveu intensamente o seu amor pela Espanha e fez questão de dar grande notoriedade a isso em seus romances. Este sim, um [quase] espanhol!
ernest-hemingway04.png
hemingwayordonez_hardtimesnew.jpg
hemingwaydomiguin_xtimeline.com.jpg
Nas fotos, de cima a baixo: Hemingway desfrutando a badalação da fama; em companhia do amigo particular Ordoñez, um dos maiores toureiros espanhóis; visitando Dominguín, ferido numa das touradas.
  0  0 
 
  0

Artigo da autoria de Valdir Machado.
Economista, funcionário público e professor do ensino superior, por formação. Por gosto, aspirante a "escrevedor" (escritor é título muito nobre pra quem se utiliza da escrita como passatempo). Entre em contato: valdecon@hotmail.com.
Saiba como fazer parte da obvious.