domingo, 12 de maio de 2013

HEMINGWAY, UM [QUASE] ESPANHOL


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O premiado escritor Ernest Hemingway destaca, em mais de uma de suas obras, uma grande paixão pela cultura espanhola, em especial pelas touradas, o que rendeu-lhe a amizade de renomados "matadores" e o título de toureiro amador. Neste post, um pouco de tudo o que obtive de seu último grande livro, "O Verão Perigoso", de 1959.

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Volto no tempo apenas um mês e estava eu com a cabeça encostada no travesseiro e entre as mãos a leitura de "O Verão Perigoso", a última obra publicada do grandioso Ernest Hemingway. Voltando ainda mais, e tentando, quem sabe, justificar essa, talvez, leitura tardia, passei a estudar e "curiar" melhor esse escritor ao assistir o filme de Woody Allen, "Meia Noite em Paris", o qual também me rendeu uma publicação aqui no Depositório.
Apesar de mais um referência ao cinema de Allen, o foco deste post é um detalhe comum ao referido romance (que, na realidade, não é, somente, detalhe algum) e inerente ao seu premiado autor: nada menos que o amor incondicional de Ernest por tudo relacionado à Espanha e, mais especificamente, às touradas. Críticas à parte sobre os maltratos aos animais, por mim, inclusive, compartilhadas, o conhecimento de Hemingway no assunto fez desse mestre das palavras um toureiro amador, rendeu-lhe mais de um livro (um outro, “O Sol Também se Levanta”, um de seus maiores sucessos), trouxe-lhe ainda mais fama e prestígio ibérico e – para finalizar essa lista, prematuramente, diga-se – a amizade de dois dos maiores “matadores” do seu tempo: Luis Miguel Dominguín e Antonio Ordóñez.
É na companhia desses dois, notadamente do segundo, que Hemingway expressa, por meio das letras dispostas em “O Verão Perigoso”, o seu fascínio pelo universo das touradas (numa época em que tal prática ainda era considerada arte vinculada ao costume, especialmente no sul daquele país), da culinária, do povo, das festas típicas e dos atrativos naturais espanhóis. Dá gosto ler tanta vontade de viver e imaginar a alegria com a qual o autor percorria à carro as estradas de Granada, Málaga, Marbella, Pamplona, Bilbao, Madri e Barcelona, em companhia dos amigos toureiros, durante a temporada de touradas no verão de 1959. Difícil ler, imaginar e entender que pouco tempo depois o célebre escritor cometeria o suicídio.
A obra que destaco nestes parágrafos é também por mim considerada leitura obrigatória para quem deseja conhecer as riquezas do sul da Espanha. A descrição das paisagens, estradas, vinhos, refeições, praias, hotéis e cidades é tão rica que, deixando-me levar pela euforia deste post, essa obra literária serve também como um excelente guia comentado (que, por favor, não me interpretem relegando este grande livro de não-ficção a um mero folheto de viagem).
Hemingway viveu intensamente o seu amor pela Espanha e fez questão de dar grande notoriedade a isso em seus romances. Este sim, um [quase] espanhol!
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Nas fotos, de cima a baixo: Hemingway desfrutando a badalação da fama; em companhia do amigo particular Ordoñez, um dos maiores toureiros espanhóis; visitando Dominguín, ferido numa das touradas.
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Artigo da autoria de Valdir Machado.
Economista, funcionário público e professor do ensino superior, por formação. Por gosto, aspirante a "escrevedor" (escritor é título muito nobre pra quem se utiliza da escrita como passatempo). Entre em contato: valdecon@hotmail.com.
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