Primavera -1482 / Botticelli - mostra ritmo, vitalidade e leveza |
Tais Luso de Carvalho
Na antiguidade a pintura era vista como um ofício, o que era comum em todas as artes. Os mestres pintores recebiam encomendas importantes e tinham de executar quadros num tempo limitado, com conteúdos pré-definidos e destinados a um fim pré-determinado. Mas, há cerca de 700 anos os pintores começaram a lutar pela liberdade criativa, a lhes emprestar um conteúdo que não se limitasse ao motivo principal, apenas.
Na Renascença,
a pintura é enriquecida de novo processo técnico – o processo a óleo,
mais prático do que os processos conhecidos dos afrescos, têmpera e
encáustica. O homem desta época já é um homem moderno, de espírito
racionalista e mentalidade científica. Enquanto a ciência da Idade
Média era a Teologia, isso é, o estudo e o conhecimento de Deus, a
ciência da Renascença era o Humanismo, o estudo e o conhecimento do
homem. Esta visão encontra-se documentada pela primeira vez na pintura
de Giotto di Bondone.
A
pintura renascentista caracteriza-se pela aplicação de leis
matemáticas e princípios geométricos na composição; vemos isso na
'Ceia' de Leonardo e na 'Transfiguração' de Rafael. Pelo realismo
visual e pelo reaparecimento da representação do espaço e do volume,
através da perspectiva científica e o claro-escuro, ignorados desde a
antiguidade.
Embora
representando temas religiosos a pintura renascentista não é mística,
simbólica nem deformadora, mas realista e de inspiração realista e
profana. As teorias artísticas renascentistas fundaram-se no
conhecimento e estudo das obras da antiguidade clássica greco-romana
que na época começaram a ser descobertas e admiradas pela iniciativa de
príncipes e papas protetores das artes.
O
espírito do humanismo, a atenção e o interesse que começava a
manifestar no povo, também se fez sentir no aparecimento de um novo
gênero: 'o retrato'. Os pintores renascentistas começaram por se
concentrar na possibilidade de individualização: ou seja, do rosto. Os
pormenores eram registrados fielmente. A utilização mais usada, a
princípio, era o perfil, pois partia-se do princípio que era a forma
que oferecia menos possibilidades de variar e atenuar, podendo
corresponder à maior exatidão. Assim foram os primeiros retratos
renascentistas, muito parecidos com as moedas e medalhas antigas, que
os artistas da época estudavam exaustivamente.
Masaccio
foi o primeiro pintor a reconhecer o que a descoberta da perspectiva
significava para a pintura. Em 1427, executou na igreja Santa Maria
Novella, um fresco da Santíssima Trindade que chocou os fiéis. A ilusão
de espaço que parecia real contrariava totalmente os hábitos visuais
vigentes até então. Os fiéis pensavam que o pintor tinha feito um buraco
na parede que mostrava uma capela vizinha.
Piero della Francesca,
também foi um dos primeiros pintores do Renascimento italiano a
reconhecer o poder harmonizante da luz e a sua importância para os
fenômenos materiais e da cor.
Com
a Flagelação de Jesus Cristo mostra que a ação principal se desenrola
num salão com colunas ao fundo do quadro, enquanto que em primeiro
plano se vê um grupo de homens.
Sandro Botticelli mostra
que sua pintura deixa de ser estática, ganhando movimento de uma forma
nunca vista. Nascimento de Vênus, representa um tema mitológico,
nascida da espuma das ondas – deusa da beleza e do amor -, ergue-se de
uma concha (símbolo da fertilidade), conduzida pelos deuses do vento
sobre o mar movimentado até a margem onde é envolta num manto vermelho
por Flora, deusa das flores. Os cabelos esvoaçantes e os trajes dão uma
leveza agitada ao quadro.
Andrea Mantegna,
com 'A Deposição de Cristo', é igualmente a prova como os pintores do
Renascimento contribuíram para esse desenvolvimento alucinante que só
levou um século, elevando-se em voos artísticos cada vez mais audazes. O
que é fascinante nessa obra é a inserção do observador na composição.
Mostra um Cristo dramático, escorço. O corpo parece alongar-se para
dentro do espaço.
Leonardo Da Vinci
é o protótipo do homem criativo renascentista, o homem universal. Não
só foi o inovador da pintura, como também possuía vasto conhecimento
relativamente a todos os campos das ciências da época, assim como da
técnica e da arquitetura. As suas obras influenciaram muitos artistas
através dos séculos. Cito sua Mona Lisa – pequeno quadro, 77 x 53 cm,
pintado em 1503.
Miguel Ângelo Buonarroti
é o espírito que aperfeiçoou o Renascimento e cuja obra mostra a
grandeza e o drama da época como em nenhum outro artista. Seus
trabalhos de pintura, escultura e arquitetura constituem uma unidade
cuja figura central é o ser humano criador, a sua força e o seu
sofrimento. Para Miguel Ângelo a criação artística era uma espécie de
religião universal, um instrumento para a percepção do homem como ser e
do mundo que o envolve. Cito 'A Criação de Adão' , Capela Sistina /
1508.
Ticiano,
em 'A Vênus de Urbino' mostra o contraste com o fundo escuro. Os
traços individualizados da modelo, representação viva do corpo na
pintura de tons quentes, reveste a obra de um caráter extremamente
íntimo.
de Giovanni Bellini
Retrato 'O Doge Leonardo Loredan' - 1505
Pesquisa realizada por alunos do 7º ano, disponivel em:
http://trablahodehistoria7ano.blogspot.com.br/2012/08/arte-renascentista.html
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