quarta-feira, 24 de outubro de 2012

RE-POSTAGEM: Processo criativo do curta PERDIDOS

A re-postagem dessa vez é de um processo criativo que muito me ensinou nessa fundamental pesquisa no âmbito de curtas e também de dirigir atores inexperientes (em processo de formação inicial) Assim como foi em  "A menina e o Bambolê"(2010) e em "Bom Dia Bia"(2011), desde então re-posto o processo criativo comentado de Perdidos. 


Este trabalho, mostra um pouco se minha pesquisa no âmbito das artes visuais, uma vez que em meio as divergências que permeiam a produção da obra, visa numa perspectiva positivista deixar aflorar a criatividade em vários lugares pelos quais me adentro a experimentar as possibilidades alem do mero registro. 

Perdidos busca contar o não-contável, questiona o universo do desconhecido, delimita o espectador ao eixo do não-compreensível. Uma dramaturgia não-linear que perpassa o território do que se torna concreto e ao mesmo tempo irreal.



 

 
 
Aqui destaco imagens do processo criativo do meu mais recente trabalho na área áudio-visual. Imagens do curta metragem PERDIDOS, gravado em Janeiro de 2012 na Serra da Gameleira no município de Caiçara Rio dos Ventos-RN.

Neste trabalho, exploro as belezas naturais buscando atribuir o valor imagético do lugar, o âmbito rural, pressupõe um espaço natural, virgem e inexplorado pela presença humana. 

Os conflitos portanto, partem de personagens sem identidade própria, sem sexo, ideologia, metas predefinidas ou objetivos mais rebuscados. O que liga a existência desses seres é o fato de estarem perdidos em um lugar que se torna o não-lugar.

Mas como atribuir uma afirmação e negação simultaneamente, uma vez que gera uma ideia paradoxal? Como explicar que esses personagens não se explicam pelo simples motivo de existirem e não reconhecerem essa solides vivencial? 
 
 A busca por uma afirmação por parte dos personagens de PERDIDOS me faz refletir cada vez mais sobre  o sentido ou ausência dessa razão em existir.A não-resposta contida nesse trabalho em especifico, revoluciona de certo modo meu conceito sobre a arte enquanto ferramenta questionadora, que sugere ao leitor inúmeras possibilidades de reflexão, impondo de certo modo, um contexto a partir da dramaturgia não-linear apresentada a mim pelo Teatro, deveras até então confortante por não exigir explicação ao fazer determinado extrato cênico.
Mas por que retratar a utopia com crianças? Tenho que ser sincero de dizer que estas estão mais dispostas em receber "ordens" a respeito do processo de gravação como um todo, alem de parecer algo novo e divertido para eles. Não só pela facilidade na condução de atores, mas também no peso que a figura até então inocente sugere para quem se deleita a ver a obra, quer compreendam ou não. 

Este não é meu primeiro trabalho com crianças no "foco" das atenções, em "Bom dia Bia" e " A Menina e o Bambolê", destaco a imagem da criança como suporte para um trabalho mais fácil de conduzir, elas estão protagonizando "historinhas" que pra elas não causam tanto impacto no momento, porem elas não se sentem crianças "bobinhas" representando personagens fracos contextualmente e inseridas numa historinha mais bobinha ainda. Acredito que daqui há alguns anos, estas crianças no auge de suas adolescências notem que ja faziam arte numa perspectiva critica  alem dos clichês cotidianos. 
  
 
 PERDIDOS se tornou portanto, um objeto de estudo, algo novo pra mim enquanto diretor e pesquisador em arte, considerando que tenho ainda um vasto caminho a percorrer numa perspectiva positiva do termo.

Aproveito o ensejo o te convido a buscar refletir um pouco mais nas nossas crianças, quem sabe nelas não estejam contidas as possíveis respostas para o sentido da vida.


Confira mais fotos de nosso processo criativo :        Sarah Richele

 

 
 Maick Wilian
 

 
 Sarah e David
 

 
 David Ramon
 
Leandro Lourenço
 
 Fábio Lucas
 Leo 
Release 
Um menino qualquer está perdido numa mata desconhecida e não revelada, caminha em busca de encontrar uma  possível "saída", mas encontra outros meninos também perdidos no meio do caminho, por não reconhecerem o lugar em que habitam, eles tornam-se inúteis ao seu interlocutor. Mais a diante, este menino encontra uma menina que também está perdida, eles portanto, se unem para saírem deste lugar e se encontrarem finalmente, mas logo descobrem que esta terra tem um dono, este que de certo modo está na mesma situação de todos os outros, completamente perdido e eternamente ligado ao mundo desconhecido.
                  Assista o filme:
Perdidos busca contar o não-contável, questiona o universo do desconhecido, delimita o espectador ao eixo do não-compreensível. Uma dramaturgia não-linear que perpassa o território do que se torna concreto e ao mesmo tempo irreal.

 

PERDIDOS

com:
David Ramon
Sarah Richele
Maick Wilian
Leandro Lourenço
Fábio Lucas
Léo

Maquiagem e Figurino
Dalvanete de Souza

Roteiro e Direção

Fábio Fernandes

Musica 
Coco-Rosie
Salvaon
Nando Cordel

2012



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( Um pouco sobre o poeta assuense Renato Caldas) 

(Bom Dia Bia)




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