O PERÍODO DE ESTUDO
O trabalho preparatório sobre um papel pode ser dividido em três grandes períodos: estudá-lo, estabelecer a vida do papel e dar-lhe forma.
PRIMEIRO CONTATO COM O PAPEL
Começa com as primeiras impressões da primeira leitura. As primeiras impressões têm um frescor virginal. São os melhores estímulos possíveis para o entusiasmo e o fervor artístico, duas condições de enorme importância no processo criador.
Para registrar essas primeiras impressões, é preciso que os atores estejam com uma disposição de espírito receptiva, com um estado interior adequado. Precisam ter a concentração emocional sem a qual nenhum processo criador é possível. Temos que escolher o local e a hora. A ocasião deve ser acompanhada de certa cerimônia já que vamos convidar nossa alma para a euforia.
Na linguagem do ator, conhecer é sinônimo de sentir, ele, na primeira leitura de uma peça, deve dar rédeas soltas às suas emoções criadoras.
ANÁLISE
O segundo passo, nesse grande período preparatório, é o processo de análise. Pela análise, o ator passa a conhecer melhor o seu papel. A palavra análise tem, geralmente, uma conotação de processo intelectual, mas em arte, qualquer análise intelectual empreendida por si só e como único objetivo, será prejudicial, pois suas qualidades matemáticas e secas tendem a esfriar o impuldo artístico e o entusiasmo criador. Se o resultado da análise erudita é o pensamento, o de uma análise artística é o sentimento.
PROPÓSITOS CRIADORES DE UMA ANÁLISE
1- Estudo da obra
2- A procura do material espiritual ou de outro tipo na peça ou no processo criador
3- Auto-análise (sentimentos armazenados na memória afetiva do ator)
4- A preparação da alma do ator para a concepção de emoções inconsientes
5- A busca de estímulos criadores para a criação do papel
PLANOS PARA SE TRABALHAR NUMA PEÇA E SEUS PAPÉIS
a- O plano externo dos fatos
b- O plano da situação social
c- O plano literário
d- O plano estético
e- O palno psicológico
f- O plano físico
g- O palno dos sentimentos criadores pessoais
OBJETIVOS CRIADORES
O objetivo é o aguçador da criatividade, é a isca das nossas emoções. Esses objetivos podem ser raciocinados, conscientes, apontados pela nossa mente, ou então podem ser emocionais, incoscientes, surgindo espontâneos, intuitivamente.
A PARTITURA DE UM PAPEL
Descobrir os objetivos físicos e psicológicos que se formam no ator para a criação de sua partitura:
1- O que é que eu desejo nesse momento?
2- Qual é a primeira coisa que devo fazer?
3- O que devo fazer para que isso aconteça?
Convém notar que nenhum dos objetivos da partitura, é profundo. Eles só podem afetar a periferia do corpo do ator, as manifestaçoes externas de sua vida psíquica, e só muito ligeiramente afetam seus sentimentos.
O PERÍODO DA ENCARNAÇÃO FÍSICA
A primeira preocupação do ator deve ser a de proteger o seu delicado aparelho facial e visual contra qualquer desgoverno da parte de seus músculos, dos olhos e da face, por meio de hábitos contrários, solidamente implantados, graças a exercícios sistemáticos.Depois de ser utilizado ao máximo possível os sutis meios de expressão dos olhos e do rosto, pode-se começar a fazer o uso da voz, dos sons, das palavras, das entonações e da fala.
Na batalha do corpo contra os artificialismos e as tensões, convém que o ator se lembre de que nada se consegue com proibições. Não podemos proibir nosso corpo de certas coisas, mas podemos persuadi-lo a agir no rumo da expressão exterior dotada de beleza. Todo ator deve constantemente coligir material que o ajude a ampliar sua imaginação ao criar a aparência externa dos papéis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário