quinta-feira, 6 de novembro de 2014

OPINIÃO:O desapego do machismo na arte nossa de cada dia (Rodrigo Bico)


                                                          


Sou homem e fui criado socialmente e culturalmente numa sociedade machista. Não nego que tenho a todo momento me policiar pra que não tome atitudes machistas, e não nego que vez por outra me pego de ímpeto tomando atitudes machistas.
Mas não posso em hipótese alguma deixar que isso se transforme em arte, que vire discurso e conceito no meu fazer artístico. Pois o processo artístico, diferentemente da vida, ele é pensado, refletido e será sempre o discurso do artista.
Claro que existem muitas músicas, principalmente da indústria cultural de massa, que são machistas, homofóbicas e racistas e que também sofrem achincalhamento e escracho de vários movimentos sociais por isso. E é óbvio que ao surgir uma música com tal conteúdo de um músico que figura o mundo musical alternativo o resultado será muito mais crítico, pois não é o mercado que o sustenta.
É inegável a qualidade técnica das músicas e dos clipes de Artur Soares, mas é inegável também que sua música "Ma Nêga" reforça o imaginário machista e racista que está impregnado na nossa sociedade e que deve ser combatido com toda força.
Acho sim que ele deveria pensar em algo que pudesse por um ponto final nessa história da maneira mais lúcida possível. Seria um grande acerto de sua jovem e promissora carreira.
Nesse caso fico imaginando o artista que fez um clipe super bem produzido e que tem todo um carinho e uma relação afetuosa por ele, e que não tenho dúvidas que em sua cabeça ainda permeie o caráter de "homenagem" que rodeia o clipe.
Sabe qual a minha dica: DESAPEGA!
Se ele for inteligente e sensível sua carreira poderá sair muito maior do que antes desse furdunço acontecer. Afinal, seu nome nunca havia sido citado tantas vezes.
Artur, pense nisso!
Acabemos com o racismo e o machismo nosso de cada dia!

Eloy Cia Teatral conquista classificação para o Circuito FESTUERN 2014 e é uma das campeãs do festival estadual de Teatro escolar.

Como coordenador de uma companhia de teatro como a Eloy Cia Teatral, me sinto muito feliz com conquistas desse porte. Viva a arte.

Vinicius Rocha e Jady Borges protagonizam A Farsa da Boa Preguiça de Ariano Suassuna

No dia 20/10 no palco do teatro municipal Dix Huit Rosado em Mossoró, na cerimonia de encerramento do festuern 2014, 

a Eloy Cia Teatral conquista sua classificação para o circuito Festuern junto com mais quatro escolas do estado do
 Rio Grande do Norte.

Entrega dos prêmios e troféus as escolas participantes
Essa conquista vai ampliar ainda mais a visibilidade da cultura lajense, uma vez que estar entre as 5 melhores montagens 
tendo que desbancar 29 concorrentes e garantir uma tão sonhada vaga entre as campeãs, eleva a moral do grupo 
e repercute positivamente a produção cultural. 
Processo criativo

 "Foi uma montagem difícil, tivemos que reciclar material de figurino, construir cenário básico com papelão e tinta 

fora do prazo de validade, os meninos se agilizaram pra comprar algodão, pinceis e as mães na correria dando o 
apoio possível pra agilizar os figurinos de seus filhos, sem falar dos empecilhos impostos por algumas poucas pessoas.
 Mas as pessoas esquecem que o talento desses alunos vai alem de seus limites e ignoram que; quando uma equipe 
faz tudo com o coração, união e humildade essas adversidades ficam em ultimo plano. O resultado, no entanto acaba
 sendo este :  Tornando-se componente  no grupo das campeãs". Afirma Fábio Fernandes.


A nossa apresentação foi brilhante, um grupo que a principio entrou no jogo somente pra participar da festa, acaba 
vencendo e conquistando uma cidade como Mossoró, que vislumbra cultura e arte, salientamos por exemplo a 
importância de espetáculos como: o "Chuva de Balas", "Oratório de Santa Luzia" e "Auto da Liberdade". 
Conquistar porém o rigoroso juri e o juri popular é a prova viva de sentirmo-nos orgulhosos pelos nossos pequenos "grandes" artistas.

O circuito festuern é uma forma de turnê na qual todas as equipes campeãs apresentam 

suas montagens nas sedes das respectivas escolas, e como rege o regulamento do festival, 
Lajes sediará uma das etapas do circuito.

Esta é a elação das Escolas Classificadas para o Circuito FESTUERN 2014.

1º IFRN/ - Mossoró - Sonhos de uma Noite no Sertão;
2º IFRN/ - Mossoró - A Farsa da Boa Preguiça;
3º C.E.I.P.E.V. - Mossoró - Sua suna, seu Trabalho;
4º E. M. Eloy de Souza - Lajes - A Farsa da Boa Preguiça; 
5 º E. E. João Godeiro - Patu - O Dilema de Ceição

No entanto, nos resta comemorar, pois o "jogo" continua e somos sobreviventes nessa batalha. 

Só nos resta agora, mostrar pra todos os outros grupos de teatro visitantes, que temos estrutura 
física e organizacional pra promover a turnê do circuito FESTUERN 2014.


Parabéns a todos pela conquista!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Após pouco mais de um ano, Lajes aguarda ansiosamente a "Odisséia de Ícaro"

Pensando nessa espera, creio que a comunidade lajense ainda aguarda o lançamento de  "Odisséia de Ícaro". Projeto realizado pelo coletivo artístico de cinema "Nós na Tela". Essa re-leitura resume a ansiedade pelo filme:

Continuamos aguardando fervorosamente.

Apresentação de "A Festa do Boi" faz a casa de cultura de Lajes sair satisfeita com o novo elenco.

Por Fábio Fernandes

Imagens: Cicero Lajes

A apresentação da Eloy Cia Teatral na ultima sexta (08/08) fez a plateia que prestigiou a montagem atual sair satisfeita com o empenho dos artistas. O novo elenco "deu conta do recado" sem deixar perder a qualidade do trabalho. Eis alghumas imagens de nossa apresentação:
 A estação "Baixa D'égua" entra em cena pra trazer a alegria dos feirantes.

 Mateus vê o drama na morte do boi Estrelinha.
A figura do vaqueiro é forte no dia-a-dia de Mateus, este que representa a labuta do homem do campo. 

A feira acontece com vários produtos à venda.


 Birico e a biriquete fazem alusão a telefonia no Brasil.

 A platéia vislumbra o espetáculo.




Mais uma vez agradecemos a todos que se fizeram presentes pra prestigiar nosso trabalho.

domingo, 11 de maio de 2014

O Rebuliço de Renato Caldas na Terra dos Poetas

O Ator Jobielson Silva declama textos do ilustríssimo poeta.

Depois de um certo tempo sem postagens nessa página virtual, venho retomar as atividades exibindo esse belo documentário sobre o poeta assuense Renato Caldas. Este por sinal é uma bela vídeo-aula acerca desse grande nome da poesia potiguar.


O documentário conta a história do poeta Renato Caldas. A poesia de Renato é marcada pelo falar do homem e da mulher simples do dia-a-dia, do matuto que sabe o que diz, e da valorização da mulher. Como resgate poético, os autores deste documentário mostram a poesia de Renato Caldas como resgate da memória da cidade.

Direção: Ádala Dayane e Jobielson Silva
Duração: 32 minutos

quinta-feira, 20 de março de 2014

Opinião sobre o tal "Lepo Lepo"

Acabei de assistir o "Lepo Lepo" no youtube. Pode parecer estranho para uma pessoa que pesquisa musicas de boa qualidade e tal... Mas gostei do hit, em pleno momento em que a moda é ostentação, os caras reverteram a modinha, "ostentando" realmente os valores humanos em meio a uma relação interpessoal. Antes que me critiquem por serem mais eruditos que eu, acabo de diagnosticar em mim um PRECONCEITO com as produções musicais brasileiras. Notei que o "Lepo Lepo" me rende uma belíssima aula de antropologia. Portanto antes de ficar falando mal das coisas, prefiro conhecê-la para assim ter critérios sobre a mesma!

sábado, 1 de março de 2014

ELOY CIA Teatral estreia "Peça Popular" e inicia a temporada 2014 com o pé direito.

Por: Fábio Fernandes

Imagens: Leandro Souza ( Trilheiros da Caatinga)

Depois de dois meses fora dos palcos, a ELOY CIA Teatral retoma suas atividades. Para começar bem a temporada 2014, o grupo estreia uma peça experimental ainda sem titulo oficialmente definido ( Provisoriamente chamada de "Peça Popular"), com o fio norteador de sua dramaturgia referente a elementos da cultura popular nordestina enxertada na estética do teatro de rua.

"Peça Popular" destaca a importância do teatro inserido na escola. Essa montagem é baseada no livro "O casamento de Maria Escola e Zé Teatro" do escritor potiguar Crispiniano Neto. A pesquisa musical é regida por "Calango da Praia" na interpretação instrumental também do potiguar Carlos Zens.

 O Professor-diretor Fábio Fernandes expõe a importância da existência da Cia Teatral tanto para os alunos que participam do grupo, quanto para o cenário artístico da região. Evidencia o avanço das atividades do coletivo  em (apenas) quase um ano de existência, cita os desafios a serem vencidos e almeja elevar a prática da  Cia teatral em patrimônio cultural de Lajes.
Vinicius Rocha e Fernando Vittor mais uma vez mostram sintonia em cena e abrem a apresentação de forma genial.
O ator Vinicius Rocha arranca risadas da platéia com sua performance individual.
O coletivo também se destaca na estréia
A figura do vaqueiro ( personagem típico da região) ganha destaque na abertura da nova montagem.


A expectativa pra essa montagem é uma busca aos inúmeros valores culturais contidos em nossos processos sociais, somada com o fazer teatral de todo o coletivo teatral.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Um pouco sobre HELIO OITICICA (Artes Visuais)

 Considero indispensáel para quem admira arte, conhecer um pouco de Hélio Oiticica:

 
“A beleza, o pecado, a revolta, o amor dão a arte desse rapaz um acento novo na arte brasileira. Não adiantam admoestações morais. Se querem antecedentes, talvez este seja um: Hélio é neto de anarquista.” (Mário Pedrosa, no artigo “Arte ambiental, arte pós-moderna, Helio Oiticica”. In: Correio da Manhã, 26/06/1966)


Oiticia é um dos mais revolucionários artistas de seu tempo. Seus trabalhos foram experimentais ao longo de toda sua vida, rompendo com o conceito de obra de arte, para a relação de proposta entre artista e público. É reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes artistas da arte contemporânea.

Como seu pai era contra o sistema educacional, oiticia estudou com a mãe, no Rio de Janeiro, até os dez anos de idade. Em 1947, transferiu-se para Washington, nos EUA, onde estudou até 1950. De volta ao Brasil, começou a estudar artes com Ivan Serpa, em 1954, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Neste ano, o Grupo Frente fazia sua primeira exposição. O contato com Serpa fez oiticia aderir ao grupo a partir de 1955, sendo seu membro mais jovem. Em 1957/58, fez seus Metaesquemas, quadros em que a composição é ditada pelo ideal concreto e pela gestalt.

Participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956/57, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foi um dos fundadores, em 1959, do Grupo Neoconcreto. oiticia é um dos fundadores do grupo, rompendo neste período com a estética concreta. Suas obras passaram a se preocupar com o corpo em ações diretas nas obras de arte, lutando contra a atitude contemplativa por parte do espectador.

Para isso, era necessário explodir o espaço bidimensional do quadro e invadir o ambiente. Assim, em 1959 fez seus primeiros Relevos Tridimensionais. Depois, pintou uma série de quadros em ambas as faces e os distribuiu no espaço, para que o público caminhasse entre eles. Era um caminhar entre quadros de cor, uma visão dinâmica e espacial da cor.

Sua obra passou a propor cada vez mais relações sensórias e corpóreas por parte do espectador, gerando uma nova percepção de obra de arte, segundo as reflexões fenomenológicas de Merleau-Ponty. Na II Exposição de Arte Neoconcreta, em 1961, no MAM-SP, propôs jardins, onde o público tocava em areia natural, e entrava em um ambiente de cor.

Se nos Metaesquemas a cor já aparecia, mas estava presa à forma, nos Bólides, de 1962, ela surgia pura, dentro de recipientes de vidro que podiam ser manipulados. Em 1964, fez seus primeiros Parangolés, em que o público podia vestir a cor, dançar e ter a experiência da cor em seu próprio corpo. É o auge da dessacralização da obra de arte, e da aproximação entre arte e vida - a arte como extensão do homem. Os trabalhos deixam de ser “obras” para serem propostas abertas ao público, e por ele completadas. Mário Pedrosa, para o qual oiticia dedicou um de seus Parangolés, acreditava que esta nova forma de arte era revolucionária, pois se preocupava com o coletivo, com o surgimento de uma nova percepção, de onde surgiria uma nova sociedade.
Oiticia, a partir de 1964, passou a viver no morro da Escola de Samba da Mangueira, e levou o samba e a favela para o museu, um ano depois, em uma manifestação repleta de Parangolés (expostos neste momento pela primeira vez), na inauguração da exposição Opinião 65, no MAM-RJ. Este ato foi importantíssimo, pois era a tentativa de real democratização das artes brasileiras, com a união da cultura popular com a erudita. Em uma época em que se entrava de terno e gravata em um museu, oiticia foi expulso do interior do MAM-RJ durante a manifestação. “Foi durante a iniciação ao samba, que o artista passou da experiência visual, em sua pureza, para uma experiência do tato, do movimento, da fruição sensual dos materiais, em que o corpo inteiro, antes resumido na aristocracia distante do visual, entra como fonte total da sensorialidade” (Mário Pedrosa, no artigo “Arte ambiental, arte pós-moderna, Helio Oiticica”. In: Correio da Manhã, 26/06/1966).
A favela foi motivo de diversas obras posteriores, como Penetráveis, Ninho e Éden. Era uma crítica ao excessivo racionalismo que existia na arquitetura moderna, que destruía manifestações culturais regionais. A favela é um problema social que não deve ser tratada como uma opção estética. Mas a vivência na favela por oiticia foi uma tentativa de mostrar que não há diferença entre cultura popular e erudita, segundo seus princípios de democratização das artes. Entre 1967/70, participou do movimento da Tropicália, fazendo o cenário de shows e capas de discos; realizou manifestações de cunho político, com a obra Homenagem à Cara de Cavalo, com a frase “Seja Marginal, Seja Herói”; e atuou no filme O Câncer, de Glauber Rocha. Durante a década de setenta, viveu em Nova Iorque, como bolsista da Fundação Guggenheim, retornando ao Brasil em 1978. Neste ano, seus Parangolés foram pela primeira vez aceitos, pesquisados e expostos por um museu (em 1965, foram rejeitados pelo MAM-RJ), na coletiva Objeto na Arte - Brasil Anos 60, realizada no Museu de Arte da FAAP, em São Paulo. Faleceu em 1980, no Rio de Janeiro, sendo criado no ano seguinte o Projeto Helio Oiticica.
  

Disponivel em:
http://universosdarte.blogspot.com.br/2011/06/helio-oiticica.html

A ARTE NÃO É IMPORTANTE?

por Paulo Sacaldassy 


É sempre engraçada a reação das pessoas quando você diz que faz arte, a primeira pergunta que lhe fazem é: – E você trabalha com o quê? Ora, fazer arte é o meu trabalho! Parece mentira, mas se você não é famoso, as pessoas custam a acreditar que a arte seja muito mais do que um simples “hobby”. É difícil explicar que fazer arte também é importante e é um trabalho.

Mesmo que você exerça uma outra atividade para suprir suas necessidades, visto que, pelo fato de circunstâncias alheias à sua vontade, sobreviver de arte ainda não lhe seja possível e nem possibilite uma dedicação plena de sua parte, você sabe o quanto a arte é importante, quantas privações ela te submete, tudo por você acreditar que pode viver de arte e exercer esse ofício como um trabalho.

Mas as pessoas… bem, as pessoas, sentadas em suas zonas de conforto, preocupadas apenas em nascer e morrer, se deliciam com a arte, mas não conseguem enxergar a importância que a arte tem, até mesmo para suas vidas, que se beneficiam de uma forma ou de outra com o que a arte lhes tem a oferecer, pois a arte está ali, no filme, na novela, na peça de teatro. É tão importante para vida delas que elas nem percebem o quanto.

Pois no inconsciente dessas pessoas, a arte é algo que alguém faz apenas como diversão própria e para o próximo e não como um trabalho honesto que lhes dê o sustento de vida. A idéia de trabalho industrial incutida na sociedade, onde jornada de trabalho diária, relógio de ponto, terno e gravata, macacão e ferramentas, que formam a imagem do que seja um trabalhador, contribui, e muito, para o quase desdém pelo trabalho que o artista faz.

Mal sabem essas pessoas, que os trabalhos artísticos demandam uma rotina de trabalho, disciplina, organização e longas jornadas, quase sempre exaustivas, de trabalho, seja escrevendo um texto, seja ensaiando uma peça, seja gravando um filme ou novela. Fazer arte não é diversão, é trabalho e trabalho muito duro. O fato de sua execução ser efetuada de forma e ser feita fora de uma sala de escritório, não o torna menos importante.

A arte também é essencial, tal e qual a quaisquer outras profissões, só que a arte conta com um diferencial positivo, que outras profissões não contam: a arte é um trabalho que alguém faz para oferecer ao outro, um pouco de diversão, fazer com que o dia-a-dia de todos seja mais leve e que as rotinas das pessoas preocupadas apenas em nascer e morrer, receba um pouco de sopro de vida. A arte é, ou não é importante?
Disponivel em:
http://ciaatemporal.blogspot.com.br/2013/11/a-arte-nao-e-importante.html
Colaborou: Poucas Palavras de Paulo Sacaldassy; Foto: Ryan Stewart, Corinne Van Ryck de Groot e Arle Michel em cena do espetáculo "Torn"

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O pôr do sol sobre Lajes-RN resignificado no olhar artistico de Everton Fernandez

Imagens : Everton Fernandez
Texto: Fábio Fernandes
  
À tempos sabe-se que a fotografia não busca somente o mero registro do espaço-tempo, mas tambem a busca dialética do meio com o interlocutor, no caso o fotografo. O click da maquina captura não somente a  co-exisencia do espaço e o fato em destaque mas permite a outros olhos receptivos o ângulo compartilhado do fotografo.    
 
 O fenômeno em destaque é o pôr do sol, uma ação sutil que revela beleza universal, é necessário o uso de determinada técnica na captura da imagem e a precisão dialógica com o enquadramento do objeto artistico.


 A edição da fotografia de forma alguma desmerece sua pureza, uma vez que de forma levemente utópica se sub-existe na foto-captura a visão pessoal do artista em meio a poética imagética.
 O olhar centrifugado do artista interrelaciona-se com suas divagações e possiveis conflitos vitais...
 O espaço ocupado, divide sua existência natural com outros componentes humanizados...

Faz-se quão cabível a expansão geográfica dialogando com a concretude fenomenológica natural...
 
 Por fim, a cadência primitiva se revela de forma monotona, causticante, cansativa, repetitiva, redundante, determinante, insistente e outras reticencias vitais...


Conheça mais sobre Everton Fernandez em:
https://www.facebook.com/offfernandez



'Febre' de aplauso de pé incomoda artistas e críticos de teatro NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Por  NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO
 
A Europa era exceção, até poucos anos atrás. Mas também por lá o crítico inglês Michael Billington lamentou que esteja chegando o "hábito sujo americano" de aplaudir de pé no final da peça. Qualquer peça.
O crítico americano Ben Brantley concorda e até lançou um apelo público, no "New York Times", "pela volta do aplauso sentado". Aplaudir de pé, afirma, "virou um gesto social automático", sem sentido.
No Brasil, o diretor Antunes Filho e a atriz Nydia Lícia, com carreiras iniciadas há mais de meio século no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), atestam que "essa mania de levantar sempre", como ela descreve, é recente.

Lenise Pinheiro/Folhapress
Público aplaude monólogo 'A Vida Sexual da Mulher Feia
Público aplaude monólogo 'A Vida Sexual da Mulher Feia'
Antunes arrisca que o hábito se disseminou a partir dos anos 90. "Antes era mais seco", diz. "Agora é um touro bravo, vai que vai. Agora é absolutamente nada."
"Antes era um gesto estrondoso para o ator", relata Nydia, citando, entre os raros aplausos de pé no TBC, "Seis Personagens em Busca de um Autor" (1951), com Sergio Cardoso, Cacilda Becker, Paulo Autran e Cleyde Yáconis.
"Era excepcional", diz. "Agora levantam, assobiam, gritam e fica por isso mesmo. Você não tem mais medida, não sabe até que ponto agradou. O ator fica mimado."
Com a presença crescente de celebridades do cinema e da TV no palco, tanto aqui como no exterior, o fenômeno avançou para o meio das apresentações, para a entrada em cena. "A sugestão é, no caso de estrelas menos veneráveis, como Julia Roberts, 'bom para você, você é famosa'", critica Brantley.
PANDEMIA
Ele reconhece que aplaudir de pé é um "vírus" que pode ter tido sua origem na Broadway, seguindo depois para Europa e outros junto com as franquias dos musicais nova-iorquinos.
Cláudio Botelho, que ao lado de Charles Möeller ajudou a estabelecer os musicais no Brasil, também questiona o fenômeno, mas acrescentando ser mais acintoso por aqui —onde programas de auditório teriam instituído, segundo ele, que "quem quer que apareça é aplaudido".
Lamenta, sobretudo, que "não tem mais diferença: aplaudem de pé tanto Marília Pêra como qualquer grupo jovem". Citando também Bibi Ferreira e Fernanda Montenegro, cobra: "O que você vai dar como reconhecimento às grandes divas?".
São muitas as hipóteses para a "febre", segundo o "NYT": espectadores aplaudem para justificar o ingresso caro; por serem turistas, não habituados ao teatro; pelo alívio físico de se levantar; até para chegar antes à saída, nas plateias lotadas.
Antunes acrescenta um fenômeno local relativamente novo e semelhante àquele dos turistas na Broadway: "A classe média aumentou. É uma coisa boa, mas eles ainda não têm base. Ir ao teatro já é uma vitória social".
Saulo Vasconcelos, protagonista de musicais como "O Fantasma da Ópera" no Brasil e no exterior, soma ainda duas razões específicas, no caso de São Paulo. "As pessoas aplaudem já se levantando para ir embora, porque o estacionamento é um inferno. E também porque o espectador daqui é gentil, quer mostrar seu carinho."
AUTOENGANO
Ron Daniels, que começou como ator nos anos 60 no Teatro Oficina e a partir dos anos 70 se estabeleceu como encenador em companhias como a Royal Shakespeare Company e o American Repertory Theater, acredita que o problema é maior nos Estados Unidos e no Brasil.
"Em Nova York eles sempre se levantam. Na Inglaterra, só em musical, Shakespeare não", diz ele. "Eu detesto esses aplausos, o espetáculo perde o valor. Mas, quando é merecido, a 'standing ovation' [aclamação de pé] é maravilhosa."
Para Daniels, o fenômeno "é muito esquisito: a plateia se congratula a si mesma". Michael Billington, que é crítico do londrino "Guardian", concorda que a febre do aplauso de pé surgiu com o público "tentando enganar a si mesmo", sugerindo que a cura teria de partir dele.
 
Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/01/1401502-febre-de-aplauso-de-pe-incomoda-artistas-e-criticos-de-teatro.shtml