sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O cauto azul (Lid Galvão)


O meu desejo não é sonho real;
Não é como aqueles que sentam no banco da praça,

E apreciam-se numa mutualidade.
E cultivam-se sem qualquer medo medonho.



Vi-te uma vez só, longe dos olhos.
Estreito-me as veias e pouco sangue corria.
Falava-me de frente para o espelho;
Eu, de frente para todas as coisas.



Ouvi mais que duas palavras.
Despertei ainda que sonolenta.
Porém, de nada serviu-me o nada.



Sentei-me depois em apreensão.
Absorveu-me poucas impressões;
Eu, a tua sombra calada,
A tua esfera perfeita.



Lembrei-te de dizer o que pensara.
Então, pensara que não podia ser.
Lembrou-me de vestir algo azul;
E a mim, o cauto azul celeste.

Disponivel em:
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3942031

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