quinta-feira, 21 de julho de 2011

Comecou o festival que une arte e tecnologia em SP



São Paulo é cenário do casamento entre a arte e a tecnologia. Até o dia 21 de agosto, a cidade recebe a 12ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File). O evento é gratuito e será realizado em diversos lugares, como a Galeria de Arte do Sesi, no Conjunto Nacional, no Centro Cultural São Paulo e no vão livre do Masp. Além das tradicionais palestras, mesas-redondas e workshops sobre realidade aumentada, arquitetura computacional e outros recursos tecnológicos que viram suportes e/ou linguagem artística, o festival levará a arte para a rua. Mais precisamente, à Avenida Paulista, que ganhará obras de arte interativas.

Um dos destaques deste ano é o artista plástico belga Lawrence Malstaf, que apresentará a obra Shrink. Nela, corpos de performers serão embalados com tecnologia a vácuo como se fossem objetos plastificados. Segundo Ricardo Barreto, curador do File, a tecnologia tem um papel transformador na arte. "Os recursos tecnológicos permitem que a obra aconteça ao vivo e se transforme em tempo real", diz.

Outro exemplo disso, além de Shrink, é Via Invisível, de Soraya Braz e Fábio Fon. Na obra, leds instalados em nove saídas da linha verde do metrô possibilitarão que as pessoas vejam como agem as ondas de seus celulares. A obra muda de acordo com o número de telefones ao redor, transformando-se a todo instante. Os artistas têm a intenção de chamar a atenção para o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a possibilidade de os aparelhos causarem câncer. Já a obra Conversacube, da norte-americana Lauren McCarthy, tem uma proposta mais divertida. Ela consiste em uma caixa que fica no meio dos participantes de uma conversa. Cada um fica em frente à uma face da caixa, que tem uma pequena tela e microfones embutidos em seu interior. À medida que a conversa progride, cada pessoa recebe instruções ou frases personalizadas para manter o diálogo fluindo sem qualquer pausa constrangedora ou desconforto. Uma saída e tanto para aqueles mais tímidos.

A união entre arte e tecnologia, porém, não se resume às artes plásticas. Quem não gosta de instalações, objetos, performances e afins, poderá assistir a mais de quatrocentas animações, a filmes que têm avatares como atores, jogar videogame, testar aplicativos para tablets e até dançar ao som de música eletrônica. Quem gosta do estilo, contará com quatro dias de programação. Sete artistas, entre brasileiros e estrangeiros, que criaram novos parâmetros musicais a partir da tecnologia, se apresentarão entre os dias 19 e 22 de julho, no Teatro do Sesi.

Outra opção é participar das palestras e mesas redondas que terão especialistas brasileiros e estrangeiros trazendo as últimas novidades de suas áreas. O músico Eduardo Luís Brito, por exemplo, falará do uso de instrumentos musicais digitais para compor. Já o norte-americano Matt Roberts, especialista em performance de vídeo em tempo real e aplicativos para novas mídias, discutirá como criar arte em tempo real com a interação dos usuários. Ambos partirão de suas próprias experiências e de estudos recentes para ampliar o debate. Haverá, também, a possibilidade de colocar a mão na massa e aprender como concatenar arte e tecnologia, fazendo um workshop de video mapping. A técnica utiliza filmes, software de edição, supercomputadores e luz para fazer projeções em fachadas de prédios, paredes e etc.

File - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica - Até 21/8. Centro Cultural Fiesp: Av. Paulista, 1.313 (outros endereços no http://filefestival.org). Livre. Entrada franca.

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