domingo, 30 de agosto de 2009

Aurora Numbora (Ato 1- Cena 2)

LUCILIO – (Dengoso) Ô mainha!

MÃEZONA – (Geito de mãe coruja) Que é amor da minha vida, fale que sua mãezinha ta doidinha pra te ouvir.

LUCILIO – Um nativo chegou perto de mim.

MÃEZONA –(preocupada) Ai meu Deus! Ele te contagiou? Mas você não se aproximou muito não foi queridinho?

LUCILIO – (mimado) Não minha rainha, ele só me deu nojo. não sabia nem se expressar, é um típico analfabeto, um tal de Sebim, que nome ridículo não é mainha ?

MÃEZONA - É sim meu anjinho! mas a sua mamãe ta aqui pra te proteger,ele te ofendeu, meu amor?

LUCILIO – Não q- quer dizer sim...ou terá sido não? sei lá ...só sei que chegou falando barbaridades e assassinando o português.

MÃEZONA –(desesperada) Que português, o seu tio Manuel?

LUCILIO – Não mulher. Refiro-me à língua portuguesa.

MÃEZONA – Ah sim, que alivio! Não ligue pras coisas que esse ignorante fala.

LUCILIO - Ele falou que eu não conseguiria conquistar moça nenhuma e que não seria capaz de roubar o coração de uma tal de Martinha. Mainha a senhora sabe muito bem que eu consigo não é?

MÃEZONA – Bem querido , é claro que sim,mas logo a filha do Leopoldo, você não falou que era uma moça ? Aquela é mais rodada que pneu de carroça velha, existem tantas moças de verdade rondando por aqui, e eu também não gosto muito do pai dessa menina, dei muito fora nele quando éramos adolescentes.

LUCILIO - Vigi mainha faz tempo, nessa época já tinham inventado a roda?(risadas)

MÃEZONA – (séria) Não estou vendo motivo algum pra risadas. (pausa toda sem jeito por alguns segundos esperando ele parar de sorrir)

LUCILIO – Foi mal mainha , mas a final vai me ajudar ou não?

MÃEZONA - Vou pensar no seu caso. Já que nunca vi você com nenhuma menina... quando era criança só queria saber de andar com o Tonhão ; se ia pro riachinho, o Tonhão ia atrás , se ia a escola o Tonhão ia atrás, se ia brincar de esconde- esconde o Tonhão ia atrás ,se andasse de bicicleta, ah nem se fala, o Tonhão ia na garupa, quando foi acampar com os escoteiros...

LUCILIO – ( Interrompendo a mãe desesperado) Não mamãe não fale mais nada por favor.Dessa vez o Tonhão não foi .eu juro, eu juro, eu juro!

MÃEZONA - Sei não, mas sabia que eu nunca entendi porque te chamavam de “Lulu esconde-cobra”?

LUCILIO – Ta bom mamãe, pelo amor de Deus num fale mais nada ta legal? chega lá pro pai de Martinha e convence-o de que sou um homem exemplar... Afinal é minha reputação que está em jogo.

MÃEZONA – Ta bem, ta bem, irei lá falar com o velho, mas isso é pra vê se não começam a falar que tenho um filho que joga no outro time.

LUCILIO –(abraça e beija o rosto) Ai mainha, te amo muito sabia?!

MÃEZONA - Ta legal, mas só uma coisinha...

LUCILIO --- Sim.

MÃEZONA- (séria olhando no seu olho) Não me chama mais de mainha, seu veado.

(Saem de cena, nessa hora a Kaquinha chega com algumas malas na casa de Leopoldo e dar de cara com sua prima Martinha)

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