domingo, 30 de agosto de 2009

Aurora Numbora (Ato 2- Cena 7)

(Nesta cena , Artênio vem chorando por causa da doença de sua mãe - que piora a cada momento - encontra-se com Leopoldo, que na o ocasião, traz Martinha pra conhecer o noivo Lucilio)

ARTÊNIO – (Desesperado) Ai meu Deus o que é que eu faço da minha vida? minha mãe está piorando a cada momento e não tenho o dinheiro pra comprar seus remédios...

LEOPOLDO — Ora! Ora! Não é o pastorzinho que está em minha frente?

MARTINHA - Ele deve estar pedindo esmola, pois não tem mais trabalho, (Pra Leopoldo) eu não sei papai, porque o senhor teve que suportar este rapazinho, esse tempo todo trabalhando pro senhor, olha como ele é ridículo...

ARTÊNIO – Não sei o que te fiz Martinha, pra você me tratar tão mal desse jeito. Por você eu só tive respeito e é assim que me trata?

MARTINHA—Não posso fazer nada, se você se apaixonou por mim, sei que sou poderosa e maravilhosa, não deixaria de viver minha vida com um homem que me daria tudo pra ficar ao lado de um pobre coitado como você.

LEOPOLDO - Diga pra ele querida, onde você está indo agora.

MARTINHA— Nesse momento estou indo ao encontro do meu noivo –Um homem rico e com algum futuro pra me dar - não um coitado como você, pobre , ignorante e rabugento.

ARTÊNIO – (Irritado) Já chega! Minha mãe está doente e não tenho tempo à perder com suas criancices, breve vocês irão sentir o peso de um coração partido, agora vou á cidade encontrar algum bico pra trazer os remédios de mamãe.

LEOPOLDO—(Irônico) Vai com Deus meu filho, desejo melhorias pra vossa mãe.

ARTÊNIO – Obrigado, mas o senhor ainda me deve muita coisa.

LEOPOLDO-- Você sabe que estou falido num é?

ARTÊNIO – Passar bem. (Sai de cena)

MARTINHA --- Vamos papai, preciso conhecer meu futuro esposo.

(De repente Lucilio e Sebim se encontram com Martinha e Leopoldo no meio da rua, Sebim vai logo dialogando)

SEBIM – Ora! Ora! Num é que estávamos á sua procura seu Leó!

LEOPOLDO – Mas que intimidade é essa comigo?

SEBIM – Querida Martinha, eis o seu futuro marido, é um homem rico, inteligentíssimo e muito caridoso,é uma boa alma, vai até me dar dinheiro pra comprar roupas pra ir pro forró do Dagô.

LEOPOLDO – Isso é verdade meu filho?

LUCILIO -- É sim,(irônico) minha mãe me ensinou o quanto é nobre fazer o bem aos menos favorecidos, (Ignorando Sebim) ta dinho! ele é tão maltrapilho, coitado... este, a mãe teve pena de parir de tão feinho e desnutrido.

MARTINHA -- Papai , esse é o meu futuro marido?

LEOPOLDO – Sim filhinha, deixe que eu te apresento à ele.

MARTINHA -- (Tomando a frente do pai e se cumprimentando-o ) Olá Lucilio , a quanto tempo não é?!

LUCILIO – Oi queridíssima “milêide”, é um prazer cortejá-la!

SEBIM -- (Interrompendo) Eu também acho, mas só que tem uma coisinha, o meu dinheiro.

LUCILIO -- Já vai mendigo.

SEBIM--- Nada disso, eu quero agora!

LEOPOLDO – Quanto você quer pra cair fora, vagabundinho?

SEBIM--- Nada ,seu velho maricas.

LEOPOLDO – Mas o que é que você tem pra falar desse jeito comigo moleque atrevido?

SEBIM --- Eu e o (Irônico)”doutor” temos um assunto pra resolver, portanto deixe-nos ir, vamos doutor?

LUCILIO -- É sim senhor, vou ao banco com esse pobre trapo e já -já estou de volta.

(Saem)

LEOPOLDO – Alguma coisa está errada... essa história, ta muito mal contada.

MARTINHA— Vamos embora papai, não vejo a hora de falar com minha querida sogrinha!

(Saem)

LEOPOLDO – Bela sogra você foi arrumar! Mas são minhas ovelhas que estão em jogo!

ARTINHA—Como é que é papai?!

LEOPOLDO --- Nada “muié”, nada!

(Nessa hora Kakinha entra em cena desconfiada, pois ela viu e ouviu toda a conversa que houve naquele instante)

KAKINHA – Ah mas tio Leopoldo falou uma coisa , e ele tem razão, tem alguma coisa errada acontecendo, e eu vou descobrir o que é.. ah se vou!

(Apagam-se as luzes)
[fim do segundo ato]...

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