Grandes pintores como o espanhol Diego Velázquez (1599 - 1660) e o italiano Caravaggio (1571 - 1610) são reconhecidos por terem realizado obras com muita profundidade, volume e traços praticamente realistas. São remanescentes da arte renascentista, lembrando que ambos pertenceram a momentos diferentes, no caso do Caravaggio que gerou sua própria categoria: o Caravaggismo.
É a partir do pintor francês Édouard Manet (1832 - 1883) que a arte passa a romper com o estilo clássico, mas não totalmente como mostrarei mais adiante. Ano passado tive o prazer de fazer algumas aulas com o crítico de arte Rodrigo Naves e ele foi mostrando como Manet soube inovar, sendo um dos principais nomes do Impressionismo.
Na época, pintar pessoas de costas, conversando, apoiadas, enfim... Em posições assim, cotidianas, era um alvoroço! Quase uma ofensa à pintura clássica. E se não bastasse isso, Manet resolveu escandalizar quando fez sua versão do quadro A Vênus de Urbino do pintor italiano Tiziano, grande representante da escola renascentista. A inspiração veio daqui:
Na época o quadro foi considerado um escândalo! Como um pintor poderia se atrever a pintar algo tão ofensivo? Trocar Vênus por uma... Prostituta? Há indícios de que a Olympia fosse uma delas através de elementos como os tamanquinhos nos pés, a negra entregando flores que seria um agrado de algum pretendente e o gato preto. Além de detalhes bobinhos como o lacinho no pescoço. A pintura, quase plana quando comparada com a de Tiziano foi desprezada por muito tempo. Manet tinha essa mania de pegar uma imagem clássica e incorporar em seus quadros impressionistas. Abaixo mais um exemplo:
A princípio a gente pode até achar que uma coisa não possui nenhuma relação com a outra, mas veja só o recorte abaixo, destacando um pedaço da gravura inspirada no outro renascentista, Rafael:
Pois é, senhoras e senhores. A questão aqui não é considerá-lo um plagiador, copiador ou qualquer outra coisa do gênero. Quem conhece as obras dele sabe de sua genialidade. O que vale ser reforçado é que além de desconstruir o jeito clássico de se fazer arte, Manet soube como ninguém provocar e ousar na hora de realizar suas obras. Acredito que seja uma grande realização para um artista chocar, causar espanto, ir contra a maré...
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