sábado, 29 de setembro de 2012

Eu Criança (Lid Galvão)



Depois dos últimos dias de cinza,
Minha cor torna-se negra.
Assim como veste-se a morte,
Que ao meu lado senta desolada.

Acho que não preciso dizer,
Imagino que enxergou-me ao longe.
Eu criança – e a sombra do tédio.

Sua imagem não me angustia,
Pois não mais o vento bate as folhas.
O som agora é de meus pés riscando o chão.

Não há flores murchas, não há flores!
Apenas a tormenta de meus batimentos,
Apenas meu sangue escorrendo invisível.

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